RESUMO: A presente dissertação de mestrado tem como objetivo analisar a construção de representações e memórias legitimadoras da Ditadura Civil-Militar em Campo Maior para compreender em que medida a produção desses elementos foi fundamental para a construção de um consentimento social sobre o regime autoritário nessa cidade piauiense, entre os anos de 1964 e 1979, esboçando as relações constituídas entre a política local e a nacional. Utilizamos como chave analítica para entender a problemática da pesquisa a cultura política campomaiorense, entendida nas perspectivas de Motta (2009; 2018) e Bersteisn (1997) percebendo-a como um elemento que proporcionou a construção de representações glorificadoras do regime militar na cidade. Analisamos alguns agentes legitimadores da ditadura em Campo Maior, tais como a própria política municipal, o jornal A Luta (semanário local) e o civismo e o patriotismo, fortemente expressados na cidade no período. Inserido no campo da Nova História Política, o objeto em estudo articula discussões entre História e Imprensa, a partir de Capelato (1988), Peixoto e Cruz (2007), relacionando-o com o contexto da Ditatura civil-militar em que estava inserido o semanário, tendo como suporte os estudos de Kushnir (2001) e Fico (2019), Rezende (2013), Reis (2014) entre outros, a partir do uso da metodologia da análise de conteúdo das matérias do jornal, sendo que este se configura em um elemento imprescindível para a análise em questão.