A presente dissertação tem por objetivo demonstrar o cangaço de Lampião e as articulações
que culminaram na incorporação deste cangaceiro pelo governo federal como legalista nos
chamados batalhões patróticos para combater a Coluna Prestes, por ocasião de sua passagem
pelos sertões nordestinos, na década de 1920. A pesquisa utilizou o repertório consolidado pela
historiografia ao referenciar autores que já se dedicaram, embora de forma distinta, sobre a
mesma realidade que esta dissertação pretendeu examinar levando em conta a sua historicidade.
O manuseio dos jornais como fontes históricas foi realizado com criticidade e atento aos locais
de produção de discursos, inerente aos textos literários, o estudo utilizou uma abordagem com
a noção de que eles sempre trazem algo da sociedade que a viu florescer. Teve como resultado
a identificação de modalidades de cangaço, a construção de relações de poder entre parcelas da
elite local, os ditos coronéis e o cangaceiro Lampião, este ingressou nas forças legalistas a
serviço da República para combater a Coluna Prestes, que por sua vez, não foi aceita pela
sociedade pastoril sertaneja. Lampião representou o esplendor do cangaço, enquanto a Coluna
Prestes inaugurou o auge de contestação à Primeira República. O movimento tenentista não foi
derrotado, nem aceitou a anistia, resolvendo marchar para o exílio, já o cangaceiro Lampião
continuou na lucrativa atividade chefiando grupo de cangaço.