A presente pesquisa se propõe a estudar o processo de gestação da Escola do Recife, formada por um conglomerado de intelectuais que, sob a liderança intelectual de Tobias Barreto, estabeleceu matrizes de formação de jovens bacharéis com grande impacto sobre a intelectualidade piauiense e influência na estruturação da Faculdade de Direito do Piauí, abrangendo as décadas de 70 e 80 do século XIX. A investigação ancora-se em autores como Teresinha Queiroz e Nelson Saldanha para analisar as identidades em torno do sujeito central, valendo-se de Higino Cunha, Clodoaldo Freitas e João Maurício Adeodato, para discutir as análises e críticas de Tobias Barreto sobre as diversas áreas do saber jurídico, destacando as novos pensamentos jurídicos por ele debatidos antes e depois de se tornar professor da Faculdade de Direito do Recife, bem como as ideias inovadoras em torno da liberdade, igualdade, cientificidade e laicidade estatal, e que foram essenciais para evidenciar o movimento acadêmico que mudou a forma de pensar juridicamente no país e influenciou gerações de bacharéis em Direito, inclusive os que voltaram ou vieram exercer suas atividades profissionais no Piauí. Neste caso, as manifestações desses juristas em âmbito local também são aqui reveladas, para identificar como o aprendizado inspirado em Tobias Barreto foi mantido em suas atuações intelectuais, e ainda na idealização e constituição da Faculdade de Direito do Piauí sob inspiração da Escola do Recife. Assim, foram estudados os bacharéis egressos do curso jurídico recifense e que participaram da fundação do curso piauiense. As fontes utilizadas são prioritariamente bibliográficas, hemerográficas e autos judiciais.