A presente dissertação objetiva analisar algumas discussões sobre o litoral piauiense, suas atividades portuárias e a emergência da barra da Tutóia, um dos braços do rio Parnaíba, evidenciado em algumas narrativas como território que compreendia antes ao Piauí, devido a sua praticagem portuária. O recorte temporal compreende-se de 1901 a 1910, mas que deságua em narrativas que reverberam até os tempos atuais. Tais debates, ao discutir questões territoriais, sinalizam temas atuais, como o litígio territorial piauiense, no caso, envolvendo contendas também entre piauienses e maranhenses, segundo a documentação analisada. Observaremos o Piauí desde as suas primeiras ocupações, as notícias sobre o litoral, bem como alguns dos primeiros mapas e cartas sobre o rio Parnaíba e suas bocas, as movimentações portuárias e a presença crescente do comércio marítimo. O objetivo se fundamenta na busca por observar como o Piauí movimentava seu comércio marítimo e como a barra da Tutóia, no estado do Maranhão, passou a ser reivindicada como pertencente ao território piauiense no passado. Utilizaremos a metodologia qualitativa. Como suporte informativo, nos debruçamos sobre fontes da época, como o jornal Nortista (1901), jornal Pátria (1902), Almanack da Parnahyba (1924, 1925, 1927). Das fontes de pesquisa temos Antonino Freire (1907) Odilon Nunes (2001, 2007 e 2014), Bugyja Britto (1976), Pe. Cláudio Melo (1985), entre outros estudos.