Esta pesquisa trata do movimento político orquestrado por militares, comamplo apoionorte-americano e com a anuência de grande parte dos civis, baseado na busca incansável dos signosda subversão moral, especialmente, na Administração Pública Estatal, na Diplomacia, nasForças Armadas, nas Universidades e demais instituições. Os anos de 1969a2005protagonizaram uma pretensa governabilidade na ordem sexual dos homens, nosentidodedisciplinar os corpos e de reforçar a ideia de masculinidade hegemônica e da crençadaheterossexualidade, tendo em vista a existência do tipo penal militar de pederastia (art. 235,CPM). Objetiva-se compreender como a atuação dos órgãos de investigação doEstado,amparado pela Doutrina de Segurança Nacional (DSN), articulou a noção de subversãomorala um conjunto de práticas de prazer na dinâmica privada dos homens, ao mesmotempoqueocorre a Revolução Sexual Masculina, marcada por uma efervescência cultural alternativadeintensa erosão do pudor e da vergonha entre parcela juvenil. A hipótese é que operíodoautoritário também favorece condições possíveis ao exercício de umcontrapoder equivalentea onda de seu próprio autoritarismo. Argumenta-se que a tentativa de estabelecer aordemsexual, nos termos de uma homogeneidade social centrada na pedagogia da punição, nocontrole das diversões públicas e no fetiche às fardas faz parte de uma preocupaçãoprimáriado Estado e de seu jogo político, embora o interdito e a repressão sejamcondições existenciaispara a reinvenção das práticas envolvendo os códigos de sexo-gênero-desejo.