O impeachment da presidenta Dilma Rousseff em 2016 rompe com a experiência democrática iniciada no Brasil em 1985. Ainda que tivéssemos um longo caminho a percorrer no sentido de termos uma democracia mais plena, depois do golpe civil-militar, pode-se dizer que conseguimos garantir minimamente a vigência constitucional brasileira por 31 anos. Contudo, a destituição da presidenta Dilma instaura uma nova modalidade de golpe que nos exige um esforço de tentar compreender como a nossa jovem democracia seguiu por esse caminho. A Historiografia do Tempo Presente considera que o impeachment de 2016 configura-se como golpe parlamentar, jurídico e midiático. A partir disso, esta pesquisa busca analisar como os jornais O Dia e Meio Norte, do Piauí, abordaram o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff no período de dezembro de 2015 a agosto de 2016. O recorte temporal proposto pela pesquisa se justifica pela necessidade de compreendermos a abordagem dos referidos jornais desde a apresentação do pedido de impeachment (em dezembro de 2015) até o afastamento definitivo da presidenta Dilma Rousseff em 31 agosto de 2016. Dessa forma, a pesquisa contribui com a historiografia do tempo presente acerca da dimensão midiática durante o impeachment de 2016. Metodologicamente, a dissertação possui um caráter empírico demarcada pelas discussões de História e Imprensa a partir dos jornais mencionados que são tanto objeto como fonte de pesquisa. Dessa forma, para a compressão da relação entre a História e Imprensa contamos com as discussões de Capelato (2015), Barbosa (2007) e De Luca (2019). No que diz respeito à História Política, as discussões de Fontineles (2019), Motta (2009), Bernstein (1998), Dias e Segurado (2018) foram de fundamental importância para o alcance dos objetivos da pesquisa.