Este trabalho apropria-se historicamente do ativista cultural Jomard Muniz de Britto, tomando-o como sujeito-signo a partir do qual se analisa a invenção do tropicalismo pernambucano, nomeado a posteriori como Pernambucália. Ao observar a trajetória desse personagem, o estudo propõe, incialmente, enxergar sua inserção no espaço recifense para em seguida, discutir suas contribuições para a emergência de diferentes iniciativas culturais na capital de Pernambuco nas décadas de 1960 e 1970. Nesse contexto, a ênfase da discussão se encontra nos manifestos tropicalistas assinados naquela cidade no ano de 1968, na filmografia produzida em super-8 por Jomard Muniz de Britto nos anos 1970, nas entrevistas e nos “atentados poéticos” lançados pelo autor naquela década e em anos posteriores. Por fim, o trabalho observa as movimentações estéticas, políticas e comportamentais do personagem por debates relativos às dimensões do corpo, do gênero e da sexualidade, percebendo de que modo essas vivências externam os modos com os quais a experiência tropicalista incidia nas vivências de uma fração da juventude brasileira do período.