Este texto busca pesquisar a cultura da morte na perspectiva secular e da fé buscando enxergar os discursos de ordenação do mundo material na Ibiapaba do século XIX nas cidades de São Benedito, Ibiapina e Viçosa do Ceará em consonâncias e divergências com as políticas institucionais do governo imperial e da província do Ceará. Esta região foi palco de conflitos entre indígenas e jesuítas também no campo dos rituais fúnebres no século XVII, quando inacianos condenavam e queriam impor aos nativos outras práticas fúnebres. A atuação desta ordem religiosa foi responsável pela expansão e formação do catolicismo na Ibiapaba. No período oitocentos a Ibiapaba além do conflito entre práticas indígenas e católicas, temos o avanço do conhecimento médico sanitário que passa a interferir em parte das ritualizações fúnebres católicas como o enterro nos cemitérios públicos. O recorte temporal do século XIX se fez pelas mudanças em relação aos cuidados com as doenças e os mortos a partir dos discursos sanitários. A questão central do texto é analisar como os ibiapabanos se apropriaram dos rituais católicos com suas adaptações e modificações, e de como esta mesma população foi impactada pelas políticas públicas de saúde implementadas no século XIX no Ceará. As fontes de estudos são relatos jesuítas, jornais, relatos de viagens, relatórios dos presidentes provinciais, arquivos episcopais e registros de óbito.