Este estudo analisa a participação das enfermeiras na Força Expedicionária Brasileira (FEB), em especial de Maria Hilda Policarpo de Melo, enfermeira piauiense que atuou no serviço de saúde da FEB nos hospitais de campanha no front italiano durante a Segunda Guerra Mundial. Escrever sobre as atividades de mulheres em conflitos armados, neste caso no serviço de saúde como enfermeiras, tem sua relevância ao colocá-las em uma perspectiva central na narrativa histórica. Sobretudo, tendo como foco uma personagem praticamente desconhecida na historiografia piauiense. Objetivamos, portanto, analisar a memória, o trabalho e aspectos do cotidiano por meio de jornais periódicos e livros de memória sobre a atuação das enfermeiras e da piauiense na FEB como enfermeira de guerra. Desvendando as nuances que as envolvem e tendo como base as discussões sobre sistemas simbólicos e a noção de habitus em Pierre Bourdieu (1998), as práticas cotidianas em Michel de Certeau (1998), a coordenação de discursos em Michel Foucault (1971), além de uma reflexão sobre a memória como suporte nos processos de identidade e como modalidade de representação social em Michael Pollak (1998) e Ângela de Castro Gomes (2004). Para alcançar esse objetivo, conduziremos uma pesquisa qualitativa documental centrada em fontes históricas que se incidem no problema de pesquisa do objeto de estudo a fim de proporcionar uma maior compreensão das ações de Hilda Policarpo e das enfermeiras da FEB no tempo e no espaço. A partir disso, utilizaremos diferentes camadas de interpretação e percepções que se sobrepõem às fontes. Através dessa abordagem, exploraremos múltiplas camadas de interpretação e perspectivas que se entrelaçam nas fontes documentais disponíveis, proporcionando uma visão diversificada das experiências e atuações dessas mulheres durante o contexto histórico da década de 1940.