Esta tese se debruça sobre a cidade brasileira de São Luís na década de 1980. A principal intenção do estudo é tomar a jovem poesia maranhense como substrato empírico e, a partir daí, problematizar categorias centrais para o trabalho do historiador, notadamente as noções de tempo e lugar. O tempo de “los párias”, principal argumento empírico do estudo, permite mostrar historicamente a década de 1980 em São Luís como o eterno retorno da diferença que vibra na poesia. Ao mesmo tempo, ao abordar a cidade subjetiva de poetas como Celso Borges, o trabalho problematiza a noção de lugar na história, aproveitando a dialética das durações para mostrar o intervalo entre o cartão postal, decorrente de um voyeurismo que De Certeau chamou de ilusão utópica urbanista, e a flanerie, prática citadina na qual a cidade se confaz infinitamente. Trata-se, portanto, de trabalho ambientado no nomeado pós estruturalismo teórico. Aproveitou-se especialmente as lições de Foucault, Certeau e Nietszche.