VIRAR AO AVESSO OS SENTIDOS: linguagem, micropolítica e (re)apropriação midiática no jornalismo experimental juvenil teresinense nos anos iniciais da década de 1970
História; Práticas Juvenis; Micropolítica; Subjetividade; Linguagem Artística.
Este trabalho tem como objetivo fazer um estudo das práticas e linguagens juvenis dos sujeitos experimentais na cidade de Teresina-PI, no início dos anos 1970, período tradicionalmente marcado pela historiografia como os “anos de chumbo”, dando visibilidade aos experimentos artístico-jornalísticos dessa parcela da juventude. O grupo em questão foi composto por Durvalino Couto Filho, Edmar Oliveira, Carlos Galvão, Arnaldo Albuquerque, Torquato Neto, entre outros sujeitos envolvidos com a produção de linguagens em contraponto ao padrão jornalístico dos veículos “oficiais” midiáticos e da “cultura do verbo engravatado”, que caracterizaria, segundo estes, a reprodução do senso de poder por largos setores da imprensa local no contexto, bem como são um desinvestimento da noção unívoca de cultura pensada pelas instituições culturais como a Academia Piauiense de Letras - APL. Pensamos, a partir dessas produções, buscar sentidos e cartografar a emergência de microvetores de (re) apropriação midiática, assim como a produção de linhas de fuga (Guattari, 1992), às subjetividades padronizadas, normalizadas/normatizadas, compondo mediante a linguagem empregada e às diversas práticas culturais, a produção da sua micropolítica (Guattari & Rolnik, 2010). Os suplementos culturais encartados em jornais de maior circulação como: Boquitas Rouge, O Estado Interessante, Hora Fatal, bem como o mimeografado Gramma – que utilizaremos como fonte no trabalho – são vistos aqui, como aberturas de possibilidades das amplificações das novas noções em torno das mudanças culturais e da política desejante dessa parcela na juventude da cidade, no sentido de abrir meios de inserção de suas visões de mundo nos veículos de comunicação.