O presente trabalho tem como objetivo principal analisar a Sociedade Esportiva de Picos e 4 de Julho Esporte Clube na construção de identidades clubísticas no cenário esportivo piauiense de 1991-1998. O futebol se tornou a partir de meados do século XX um dos elementos para a construção da identidade nacional, especialmente sob as figuras dos clubes amadores e posteriormente profissionais. Durante a Ditadura Civil-Militar essa relação entre futebol e identidade passa a ganhar mais notoriedade ainda com a conquista do tricampeonato da Seleção Brasileira em 1970, a criação do Campeonato Brasileiro e a inserção de clubes locais nesse torneio. No processo histórico em estudar o futebol e a formação de laços esportivos, destacamos nesta pesquisa a figura dos clubes de futebol SEP e 4 de Julho no futebol piauiense durante a década de 1990. Essas “‘comunidades clubísticas” se tornaram símbolos de um tempo de euforia que marcou a arena esportiva nas cidades de Picos e Piripiri. O SEP e o 4 de Julho por meio de suas respectivas conquistas dentro e fora de campo funcionaram como objetos de identificações com os seus torcedores. Diante desse panorama esportivo, essas duas agremiações esportivas passaram a minar o brio dos principais clubes de Teresina, algo recorrente durante esse período. Procuramos destacar alguns fios condutores que nortearam esta pesquisa, tais como, as relações de forças entre os clubes de Teresina e o SEP e 4 de Julho, as estratégias utilizadas pelas equipes SEP e 4 de Julho para mobilizarem seus torcedores durante os jogos, as interfaces desses clubes com a política local. Dialogamos com Zygmunt Bauman (2004), Stuart Hall (2005), Hilário Franco Júnior (2007) Cláudia Cristina Fontineles (2009). Utilizamos a metodologia da história oral de cunho temática. As fontes utilizadas nesta pesquisa foram os jornais O Dia, Tribuna de Picos, Jornal de Picos, Revista Placar, Jornal dos Sports.