Este estudo analisa os embates do discurso médico com as demais artes de curar no Piauí, na primeira república, visando conhecer aspectos da história da saúde e doenças. Usa como ponto de partida o Relatório de viagem científica dos médicos Arthur Neiva e Belizário Penna em sua passagem pelo estado do Piauí (1912), bem como as discussões sobre a modernidade nacional e o movimento sanitarista. Examinam-se os discursos da ciência médica no Piauí, destacando a sua contribuição social. Para esse fim, verifica-se o uso dos almanaques como textos prescritivos, além de outras fontes médicas, para pensar sobre saúde, doenças e curas da população local, assim como sobre a institucionalização do saber médico. Da mesma forma, reflete sobre estratégias e táticas de resistências da população para burlar as normatizações higiênicas, ao tempo que analisa a eficácia das políticas públicas de saúde no Piauí.