“MAS É PRECISO TER FORÇA, É PRECISO TER RAÇA”:
HISTÓRIA E MEMÓRIA DE MARIA ROSALINA NO MOVIMENTO QUILOMBOLA DO PIAUÍ [1985-2013]
Movimento Quilombola – História de vida – Comunidades quilombolas – Cidadania.
Os movimentos sociais na sociedade contemporânea vêm assumindo uma complexidade crescente e uma riqueza organizativa destacável. Dentre eles, o Movimento Quilombola, que no Piauí, iniciou-se no final da década de 80 e tem se fortalecido nos últimos 10 anos. A presente pesquisa tem como objetivo apresentar a trajetória de vida de Maria Rosalina dos Santos, a Maria do Povo, liderança política e quilombola do estado. O recorte estabelecido vai desde o ano de 1985, quando surgiram os debates e as reinvindicações de direitos sociais e políticas públicas dentro das comunidades negras rurais que se identificavam enquanto remanescentes de quilombos, até os dias atuais, procurando contemplar uma abordagem histórica do tempo presente. A metodologia aplicada neste estudo será a metodologia qualitativa/Abordagens Biográficas, com ênfase no método “história de vida”. Sua característica principal é o compromisso com a história como processo de rememorar, com o qual a vida vai sendo revisitada pelo próprio sujeito. Ela é reveladora da memória desse sujeito histórico, bem como traz novo olhar analítico sobre a história das comunidades quilombolas piauienses, suas novas formas de organização, suas práticas sociais e experiências diversificadas. A pesquisa se estrutura em três momentos com o intuito de: perceber, através da contextualização sobre a escravidão no Piauí, o processo singular de organização das comunidades quilombolas, a peculiaridade organizacional do quilombo Tapuio-PI através de doações e concessões de terras do sertão nordestino, para por fim narrar à trajetória de vida de Maria Rosalina dos Santos, principal liderança do Movimento Quilombola piauiense.