Deficiência de vitamina A e fatores associados à retinolemia em crianças de seis a cinquenta e nove meses de idade em assentamentos rurais de Teresina.
Deficiência de Vitamina A. Vitamina A. Assentamentos rurais. Lactente. Pré-escolar.
A deficiência de vitamina A (DVA), embora reconhecida como importante problema de saúde pública, apresenta aspectos de interesse epidemiológico a serem investigados, como a sua ocorrência e os fatores relacionados à sua distribuição em áreas rurais brasileiras, a exemplo dos assentamentos, onde pouco se conhece sobre o estado de saúde e nutrição de sua população. Em se tratando de lactentes e pré-escolares, grupos biologicamente mais vulneráveis às carências nutricionais, a insipiência dessas informações é ainda maior. Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo investigar a frequência de deficiência da vitamina A e os fatores relacionados à retinolemia em crianças de seis a cinquenta e nove meses de idade em assentamentos rurais de Teresina. Trata-se de um estudo transversal, de base populacional, com enfoque quantitativo, descritivo e analítico, realizado em domicílios dos nove Projetos de Assentamentos do Instituo Nacional de Colonização e Reforma Agrária de Teresina, tendo participado da pesquisa 123 crianças. Os dados sobre características socioeconômicas, demográficas, e condições de saúde das crianças foram coletados por meio da aplicação de questionários específicos. Para avaliação do estado nutricional, com base na antropometria, foram tomadas medidas de peso e estatura, sendo classificados segundo os índices P/I, E/I, P/E e IMC/I. A ingestão de proteínas, lipídios, vitamina A, ferro, e zinco foi estimada através de recordatório alimentar de 24 horas. Para cálculo da prevalência de inadequação de nutrientes adotou-se a EAR como ponto de corte. A presença de infecção subclínica foi avaliada através da dosagem de proteína C reativa e as concentrações séricas de retinol foram determinadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência. Modelos de regressão linear múltiplos foram adotados para avaliar a relação entre as variáveis independentes e os níveis de retinol sérico, com nível de significância de 5%. A média da concentração de retinol foi 1,33 μmol/L e a DVA foi observada em 9,3% das crianças. O consumo de vitamina A apresentou correlação positiva com os teores de retinol sanguíneo, enquanto a presença de infecção subclínica apresentou correlação negativa. A Deficiência de Vitamina A constitui um problema de saúde pública leve na população estudada. Medidas de controle de infecções, e ações de intervenção nutricional voltadas para o estímulo da adoção de práticas alimentares saudáveis são importantes para previnir e/ou combater a carência de vitamina A em crianças assentadas de Teresina.