RESUMO: MOURA, R.C. Efeitos da suplementação da farinha do mesocarpo de babaçu (Orbignya phalerata Mart.) sobre dano muscular, estresse oxidativo e capacidade aeróbia de corredores. 2018. Dissertação (Mestrado)- Programa de Mestrado em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal do Piauí, Teresina-PI.
INTRODUÇÃO: O exercício físico intenso induz ao aumento da taxa de consumo de oxigênio e, consequentemente, elevam a produção de radicais livres, assim como os níveis de estresse oxidativo e danos musculares, podendo comprometer o desempenho físico de atletas. Assim, diversos alimentos com propriedades ergogênicas têm sido propostas para otimizar as adaptações fisiológicas inerentes ao exercício físico. A farinha do mesocarpo de babaçu (Orbignya pharelata Mart.) se destaca por possuir uma elevada quantidade de carboidratos, minerais e polifenóis, por isso apresenta diversos efeitos fisiológicos benéficos podendo-se destacar propriedade anti-inflamatória, imunomoduladora, analgésica e antipirética. No entanto, até o momento não existem estudos que testaram o efeito ergogênico da farinha do mesocarpo de babaçu em atletas. Portanto, este estudo avaliou o efeito da suplementação aguda com a farinha do mesocarpo de babaçu sobre marcadores de dano muscular, estresse oxidativo e capacidade aeróbia de corredores. MEDODOLOGIA: Foi realizado um estudo randomizado, duplo-cego, crossover, com corredores, do sexo masculino, no qual foi oferecida uma dose única de 0,4g/kg de farinha do mesocarpo de babaçu, maltodextrina e água, sendo que as intervenções foram separadas por intervalo de 07 dias. Após a suplementação, os voluntários foram submetidos ao teste de 3200 metros para avaliar a capacidade aeróbia (VO2máx). Realizou-se coleta de amostras de sangue em jejum e após a suplementação para a quantificação de glicose, marcadores de estresse oxidativo (malodialdeideo), dano muscular (creatina quinase e lactato desidrogenase) As avaliações ocorreram em três momentos para que todos os corredores pudessem tomar os três suplementos. Além disso, foram avaliados parâmetros antropométricos, de consumo alimentar. Os dados foram analisados no programa estatístico SPSS®, versão 20. RESULTADOS: A amostra final foi composta por 14 corredores com média de idade de 26 anos. Eles apresentaram consumo alimentar habitual hipocalórico, hipoglicídico, normoprotéico e hiperlipídico. A capacidade aeróbica de corredores, bem como a concentração de glicose, creatina quinase, lactato desidrogenase e a produção de marcadores de indicativos de peroxidação lipídica não tiveram modificações significativamente após a suplementação com farinha do mesocarpo de babaçu e nem com a suplementação com maltodextrina. CONCLUSÕES: A suplementação aguda com uma única de dose de 0,4g/kg da farinha do mesocarpo de babaçu, bem como de suplemento comercial a base de carboidratos (maltodextrina) não modificou significativamente a capacidade aeróbia de corredores e nem alterou a glicose, dano muscular e estresse oxidativo. Portanto hipótese que a farinha do mesocarpo de babaçu possa ter um possível recurso ergogênico não deve ser refutada no momento, mas outros fatores, como: dose, período de suplementação, biomarcadores precisam ser investigados.