SILVA, D. T. S. CARACTERÍSTICAS NUTRITIVAS, FUNCIONAIS E
TOXICOLÓGICAS DO FRUTO E DA FARINHA DA MACAMBIRA (Bromelia
laciniosa Mart. ex Schult. & Schult.f.) 2019. 64 p. Dissertação (Mestrado) –
Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição, Universidade Federal
do Piauí, Teresina-PI.
Bromélia laciniosa Mart. ex Schult. também conhecida como macambira que
pertence ao gênero Bromélias, é uma planta da família das Bromeliaceas.
Frequentemente a macambira vive associada com o xiquexique e costuma ser
aproveitada na alimentação dos animais e do homem, durante os períodos de
estiagens. Com base na importância da avaliação toxicológica e características
nutricionais para inserção e recomendação nutricional de alguns alimentos,
objetivou –se avaliar as características nutritivas, funcionais e toxicológicas do
fruto e da farinha da macambira. Foram realizadas análises de composição
centesimal, fibras, compostos bioativos e atividade antioxidante e atividade de
água das farinhas além do cálculo de seu rendimento. Em relação aos frutos in
natura a porcentagem de umidade de polpa, casca e semente foi
significativamente diferente (p ≤ 0,05), tendo a polpa maior teor (82,33 %). A
casca apresentou o maior teor de cinzas (1,95%). Tanto para proteínas quanto
para lipídios, os teores foram baixos, variaram de 0,20% a 0,60% para
proteínas e 0,20% a 0,78% para lipídios. A maior concentração de carboidratos
foi na semente e consequentemente maior VET. A casca apresentou os
maiores teores de compostos fenólicos, flavonoides, carotenoides, vitamina C e
atividade antioxidante. Em relação as farinhas, as de casca e polpa da
macambira apresentam valores menores quando comparados ao da casca no
período T0 e T1. No entanto, após 15 dias de armazenamento (T2), a farinha
da casca de macambira apresentou valor de atividade de água maior que as
demais farinhas no mesmo período de tempo. A porcentagem de umidade de
polpa, casca e semente apresentaram diferença significativa (p ≤ 0,05) onde as
farinhas de polpa e casca apresentaram umidade maior que a semente assim
como o teor de cinzas. Para as proteínas, apenas a polpa apresentou valor
maior que 1,0%, tendo as demais partes do fruto valor menor, bem como para
lipidios que variaram de 0,20% até 0,97%. Em relação ao teor de fibras, a
farinha da casca apresentou um teor de fibras alimentares totais de 84,53% (74
g/100 g) do total de carboidratos na farinha da casca , maior do que o
verificado para a polpa. Para os compostos bioativos das farinhas, a casca
apresentou maior teor dos mesmos e observou-se uma redução drástica no
teor de carotenóides em relação ao fruto in natura. A atividade antioxidante foi
maior na farinha da polpa. Para o teste de toxicidade frente Artemia Salina,
todos os extratos testados apresentaram concentração letal mediana (CL50)
nula tanto para o fruto inteiro quanto para as farinhas das partes do fruto.
Concluiu-se quea as farinhas provenientes do fruto da macambira (Bromelia
laciniosa) são uma opção nutritiva para como ingrediente para novos produtos
alimentícios, alto teor de fibras alimentares em especial as insolúveis, além de
elevada atividade antioxidante e apresentar -se segura para consumo humano.