Características físicas e químicas do fruto da carnaúba (Copernicia prunifera H.E. Moore).
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O crescente interesse mundial por frutas nativas do Brasil tem impulsionado a realização de pesquisas e impelido o cultivo de frutas que hoje são desconhecidas do grande público, na busca pela diversificação de sabores ou de produtos oriundos de alimentos funcionais. Os frutos nativos comercializados na região metropolitana possuem grande aceitação popular e o conhecimento de suas características físicas e químicas geram informações indispensáveis à orientação nutricional, permitindo a composição de uma dieta saudável. O objetivo deste trabalho foi determinar as características físicas, físico-químicas e químicas do fruto (polpa e casca) da carnaúba (Copernicia prunifera). As amostras de carnaúba foram coletadas no município de Teresina-PI, cujos frutos foram selecionados em igual estádio de maturação e despolpados por esmagamento com a remoção do caroço. Analisaram-se as características físicas (peso, diâmetros maior e menor e pH), físico-químicas (acidez total titulável e sólidos solúveis totais), químicas (umidade, cinzas, lipídios, proteínas, carboidratos e fibras alimentares totais), valor energético total e teor de minerais. Comparando os dados obtidos na literatura com os resultados verificados no presente estudo observou-se que, utilizando toda a parte comestível do fruto (polpa e casca) para análise, a carnaúba apresentou um elevado teor de nutrientes. Os resultados demonstraram que o peso médio total do fruto da carnaúba foi de 6,35g e o formato ovalado; um bom rendimento de polpa e casca (47%); baixa acidez titulável (AT) (0,34%), com elevado teor de sólidos solúveis (SS) (48,32 oBrix) e alta relação SS/AT (142,12), indicando elevado grau de doçura. Nas análises químicas obtiveram-se elevados teores de cinzas (3,60%), proteínas (6,70%) e carboidratos (42,79%), baixos teores de lipídios (1,18%) e de umidade (45,73%), estes últimos conferem ao fruto menor perecibilidade, mais estabilidade, facilitando seu manuseio. O fruto apresentou-se como importante fonte de fibras alimentares totais (26,52%), com alto aporte calórico (208,58 Kcal.100g-1). Dentre os minerais pesquisados, o K foi o mais abundante (1284,00mg.100-1), seguido por Mg (66,00mg.100-1), ambos correspondendo a aproximadamente 25% das IDRs. Concluiu-se, portanto, que a carnaúba apresentou-se como uma importante opção de fruto nutritivo para a população, rico em carboidratos e fibras alimentares e fonte dos minerais K e Mg, com potencial para a indústria alimentícia.