A Parkia platycephala (Fabaceae), popularmente conhecida como fava de bolota ou faveira, é uma forrageira nativa com potencial madeireiro e paisagístico, bem como, fonte de alimentação animal. A variabilidade genética dessa espécie é de grande importância para contribuir com a padronização de plantas para produção de mudas para restauração ambiental, além de bancos de germoplasma da espécie para conservação. O presente estudo teve como objetivo determinar a variabilidade genética através de descritores biométricos de duas populações do Parque Nacional de Sete Cidades – PI, bem como correlacionar estes descritores. Foram caracterizados 60 indivíduos de P. platycephala, por meio de 27 descritores morfoagronômicos quantitativos e qualitativos relativos à planta, a floração, a vagem e a semente, seguida de posterior análise multivariada (componentes principais e DAPC). Os descritores qualitativos apresentaram pouca variação, com exceção da pigmentação e ramificação do caule, cor e curvatura de vagens. O descritor comprimento de vagens apresentou correlação positiva significativa com todos os descritores referentes as vagens, além de largura de semente e o peso de cem sementes. Os parâmetros que mais contribuíram para o primeiro componente principal foram peso de 100 sementes, largura e comprimento de semente e peso de vagem. Além disso, a análise discriminante de componentes principais indicou que não há estruturação das populações. Com base em uma genotipagem por sequenciamento (GBS) geramos com sucesso um total de 5036 marcadores de polimorfismo de nucleotídeo único (SNP) em todo o genoma de P. platycephala. As populações apresentaram níveis semelhantes de diversidade genética e coeficiente de endogamia (Fis) próximo de zero, indicando fluxo gênico entre os indivíduos das duas populações. Todas as análises indicaram a não há estruturação das populações. Em conclusão, nossa avaliação indicou que não há um limite físico entre as populações do parque de dentro para fora. Assim, a conservação fora do PNSC se torna vital para a conservação da diversidade genética e aumentar as chances de as populações naturais persistirem ao longo do tempo.