Abordagem farmacológica da planta Luehea divaricata: avalação de suas atividades antinociceptiva e antiinflamatória
açoita-cavalo; dor; nocicepção.
Considerando-se a importância da dor para a sobrevivência do homem e dos animais, as pesquisas envolvendo a busca de novas substâncias que possam controlar a dor e a inflamação são incentivadas em todo o mundo. Em face da vastíssima biodiversidade vegetal no Brasil, a comprovação de propriedades medicinais de plantas reveste-se de importância. A Luehea divaricata é uma planta comum em vários estados brasileiros, inclusive no Piauí e o seu uso popular é difundido como agente dotado de várias propriedades, incluindo a analgésica. Portanto, o objetivo desse estudo foi avaliar as atividades antinociceptiva e antiinflamatória do extrato etanólico da Luehea divaricata (EEtOH-Ld) nas doses de 20, 40, 80 e 160 mg/Kg, por via intraperitoneal, em modelo animal. Realizou-se análises fitoquímicas empregando-se os testes preconizados por Matos (2009), Sousa et al. (2007), Folin-Ciocalteu (1927), com modificações; e para a avaliação antinociceptiva e antiinflamatória, foram utilizados os seguintes testes: contorções abdominais induzidas pelo acido acético, placa quente (hot plate), formalina e edema de pata induzido por carragenina. Foram utilizados camundongos Swiss (20-25 g) para os dois primeiros testes e ratos Wistar (180-250 g), para o último, divididos em seis grupos de oito animais, totalizando 48 animais em cada parâmetro de avaliação. Os resultados foram expressos como média ± desvio padrão e analisados estatisticamente pelo teste de variância a 5% de probabilidade (ANOVA) e o teste de Kruskall-Wallis e Student-Newman-Keuls, também com 5% de probabilidade, para verificar quais os tratamentos que diferiram entre si. Os resultados do estudo fotoquímico mostraram a presença de fenóis e flavonóides totais, assim como boa atividade antioxidante. O EEtOH-Ld, nas diferentes doses estudadas, apresentou alta atividade antinociceptiva em modelo de dor induzida quimicamente por acido acético e formalina. O EEtOH-Ld 160 mg/Kg apresentou ação analgésica central, aos 120 minutos de observação no teste de paca quente. Essa mesma dose foi capaz de reduzir o edema de pata uma hora após a administração da carragenina, semelhante ao efeito produzido pelo fármaco padrão, a Indometacina.