Objetivou-se avaliar a viabilidade de oócitos imaturos de ovinos submetidos à congelação lenta e vitrificação na produção in vitro de embriões partenogenéticos. Para tanto, foram colhidos 394 ovários oriundos de 197 ovelhas púberes, provenientes de abatedouros localizados no município de Teresina, PI. Os ovários foram transportados para o laboratório em garrafa térmica, contendo solução salina fisiológica a 37 °C acrescida de 40mg/mL de sulfato de gentamicina. Os ovários foram aspirados utilizando-se um aspirador cirúrgico adaptado, contendo na extremidade de aspiração uma agulha 21G. Foram recuperados 373 CCO‘s, obtendo-se uma taxa de recuperação de 1,89 CCO’s por par de ovários. Após seleção e classificação, os CCO’s foram divididos aleatoriamente em dois grupos experimentais, oócitos destinado a congelação lenta e oócitos destinado a vitrificação. Em seguida os CCO’s foram desnudados e, então, submetidos à congelação lenta e vitrificação. Após o período mínimo de 30 dias, os oócitos da congelação lenta e vitrificação foram descongelados. Um grupo aleatório de oócitos oriundos da congelação lenta foi submetido ao teste do Azul Cresil Brilhante (ACB). 10% dos oócitos de ambos os grupos experimentais foram submetidos à análise através da associação de sondas fluorescentes (iodeto de propídio e diacetato de carboxifluresceína). Ulteriormente, os oócitos oriundos da vitrificação e da congelação lenta, inclusive os que haviam sido avaliados no teste do ACB, foram submetidos à maturação in vitro (MIV). Após 24 horas de MIV, procedeu-se a avaliação da maturação nuclear. Seguidamente, às 28 horas após MIV, os oócitos foram submetidos à ativação partenogenética. Ao término da ativação, com 32 horas, os oócitos foram submetidos ao cultivo in vitro (CIV) durante oito dias. As estruturas em CIV foram avaliadas no D2, D7 e D8. No último dia de CIV, realizou-se a coloração das estruturas com Hoechts 33342. Os oócitos frescos (grupo controle) apresentaram diferença estatística (P < 0,001) em relação aos grupos experimentais, oócitos da congelação lenta e vitrificação, quanto ao número de oócitos viáveis, maturados, ativados por partenogênese, clivados em D2 e com presença de mórula em D7 e D8 (0,008). Não havendo diferença significativa (P < 0,001) entre oócitos da congelação lenta e vitrificação quanto aos mesmos parâmetros supracitados. Houve diferença significativa (P < 0,001) entre os oócitos frescos, oócitos da congelação lenta e vitrificação, quanto ao número de maturados, evidenciando que o número de oócitos frescos maturados foi superior. Na análise de sondas fluorescentes houve igualdade estatística (P = 0,280) entre os oócitos da congelação lenta e vitrificação. No teste ACB houve diferença estatisticamente significativa (P = 0,001) entre os oócitos frescos e oócitos da congelação lenta. No grupo de oócitos frescos submetidos ao teste ACB, não houve diferença estatística (P = 0,400). Conclui-se que os oócitos imaturos de ovinos apresentaram viabilidade após congelação lenta e vitrificação. Porém, nas etapas de produção in vitro de embriões, os oócitos progrediram até a fase de maturação in vitro, não evoluindo no desenvolvimento embrionário após ativação partenogenética. Dessa forma, sendo relevante a realização de mais pesquisas relativas às técnicas de congelação lenta para oócitos ovinos e vitrificação, a fim de produzir embriões in vitro.