A torta de babaçu é o coproduto da extração do óleo do babaçu e apresenta potencial para substituir as fontes proteicas convencionais em dietas de ruminantes em áreas de ocorrência desta palmácea, podendo reduzir custos com alimentação em sistemas intensivos. Assim, esta pesquisa foi executada com o objetivo de avaliar se a inclusão de torta de babaçu na dieta de ovinos em confinamento é eficiente sob os aspectos nutricionais, de desempenho, de qualidade de carcaça e econômico. Os tratamentos foram estabelecidos como níveis crescentes de inclusão de torta de babaçu na dieta nas proporções 0; 6; 12 e 18%, utilizando-se como volumoso a silagem de milho. Os animais foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos e sete repetições, totalizando 28 unidades experimentais. O período experimental foi de 74 dias, sendo 14 dias para a adaptação dos animais às instalações, alimentação e manejo e 60 dias destinados à coleta de dados. Foram avaliados o consumo e digestibilidade dos nutrientes, desempenho produtivo, comportamento ingestivo, qualidade de carcaça e suas características de rendimento. Serão avaliadas a composição centesimal e o perfil de ácidos graxos do músculo Longissimus dorsi. Todos os dados serão submetidos teste de Shapiro Wilk, com a finalidade de se verificar a normalidade de distribuição dos dados. A avaliação do consumo dos nutrientes, desempenho e comportamento animal foram analisados com o pacote PROC MIXED (SAS Inst., Cary, NC), ao qual os dados foram submetidos à análise de variância e teste de regressão, adotando-se o nível de 5% de significância. Foi observado um incremento linear crescente para os consumos de matéria seca (CMS) (P=0,0625), matéria orgânica (CMO) (P=0,0617) proteína bruta (CPB) (P=0,0121), extrato etéreo (CEE) (P=0,0002), fibra em detergente neutro (CFDN) (P=0,0263) e fibra em detergente ácido (P=0,0018), a medida em que se aumentava os níveis de inclusão da torta de babaçu nas dietas (Tabela 3). O consumo de carboidratos não fibrosos (CCNF) (P=0,0377) apresentou efeito quadrático. Já o consumo de carboidratos totais (CCHOT) (P=0,01327) não foi influenciado pelos níveis de inclusão da torta de babaçu. A variáveis peso final (P=0,0261) e ganho de peso médio diário (GMD) (P=0,0261) apresentaram efeito linear crescente em função da inclusão da torta de babaçu nas dietas (Tabela 4). A variável conversão alimentar (CA) (P>0,05) não foi influenciada pela inclusão da torta de babaçu. Já para eficiência alimentar (EA) (P=0,0893), houve um incremento quadrático até o nível de 12% de inclusão, com posterior redução. Os tempos dispendidos para alimentação (P=0,0776), ruminação (P=0,6730) e mastigação total (TMT) (P=0,3663) não foram influenciados com a inclusão da torta de babaçu nas dietas (Tabela 5). Porém, o tempo de ócio reduziu (P<0,0001) a medida em que se aumentava os níveis de inclusão desse coproduto na alimentação dos animais. A eficiência de alimentação de matéria seca (P=0,0362) apresentou comportamento quadrático com a inclusão de níveis crescentes de torta de babaçu. No entanto, a eficiência de alimentação da fibra em detergente neutro (P=0,6634) não foi influenciada pelos níveis de inclusão da torta. Já a eficiência de ruminação, tanto da matéria seca (P=0,0050) quanto da fibra em detergente neutro (P=0,0022) aumentaram linearmente a medida em que se aumentava a porcentagem de torta de babaçu na alimentação dos animais. As variáveis bolo ruminado (BOL), número de mastigações merícicas por bolo (MMnb), número de mastigações merícicas diários (MMnd) e número de mastigações merícicas por bolo ruminado (MMtb) não foram influenciados pela inclusão da torta de babaçu na dieta de ovinos. Demais análises laboratoriais, estão sendo concluídas para compor os capítulos seguintes da presente Tese.