Erliquiose canina e humana em Teresina, Piauí
cao, carrapato, homem
A erliquiose é uma enfermidade que tem merecido destaque no cenário mundial devido ao seu potencial zoonótico em áreas onde a presença de carrapatos é considerada uma das principais enfermidades infecciosas nos cães. A Ehrlichia canis é a principal responsável pela infecção nestes animais sendo denominada Erliquiose Monocítica Canina e o principal vetor é o carrapato Rhipicephalus sanguineus. Esta infecção encontra-se globalmente distribuída e ocorre em vários países do mundo e no Brasil é considerada endêmica nas áreas urbanas nas regiões nordeste, sudeste, sul e centro-oeste. No presente trabalho foram coletados sangue total de 270 cães na área urbana e 400 cães na zona rural de Teresina, Piauí totalizando 670 animais. Em todos eles foram realizados hemograma completo, confecção de esfregaço sanguíneo para exame parasitológico direto e extração do DNA para Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) para identificação do DNA do parasito de E. canis, Ehrlichia sp e A. phagocytophilum. As alterações hematológicas mais comuns nos animais positivos da zona urbana foram a anemia não regenerativa severa compreendo 48,57% e 65%% na zona rural. A plaquetometria revelou uma significante trombocitopenia tanto em animais da animais da zona urbana como na zona rural, 67,14% e 90%, respectivamente. O exame direto do esfregaço mostrou-se com baixa sensibilidade e especificidade em todos os animais com positividade de 2,5% e 2,7% na área urbana e rural, respectivamente. Os parasitos visualizados às microscopia foram Leishmania sp., Babesia sp., Anaplasma platys e Hepatozoon sp., no entanto, nenhuma mórula de Ehrlichia foi encontrada. Na PCR obteve-se 49,7% de positividade para E. canis na zona rural e 25,9% na área urbana. Já para A. phagocytiphilum todas as amostras apresentaram-se negativa tantos para o animais da área urbana como rural. Estes resultados reafirmam a endemia da doença e despertam a necessidade de maiores avaliações epidemiológicas nas infecções erliquiais em cães e principalmente em humanos, que poderão servir de maior importância para a Saúde Pública nos próximos anos.