Banca de QUALIFICAÇÃO: GUSTAVO WILSON DE SOUSA MELLO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: GUSTAVO WILSON DE SOUSA MELLO
DATA: 09/08/2013
HORA: 14:30
LOCAL: NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS
TÍTULO:

INTOXICAÇÃO EXPERIMENTAL EM OVINOS E ASININOS COM FOLHAS DE Brunfelsia uniflora.

PALAVRAS-CHAVES:

Plantas tóxicas, Mesorregião Norte do Piauí, Brunfelsia uniflora, ovinos, asininos.

PÁGINAS: 53
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Medicina Veterinária
SUBÁREA: Clínica e Cirurgia Animal
ESPECIALIDADE: Toxicologia Animal
RESUMO:

A intoxicação por plantas é relatada desde a época da colonização e continua a ser um problema, sobretudo nos animais de produção, cujos estudos têm recebido especial atenção em decorrência dos danos econômicos por elas ocasionadas. Atualmente são conhecidas mais de 122 plantas tóxicas de diferentes espécies no Brasil. No Piauí, o conhecimento das plantas tóxicas de interesse pecuário é escasso. Em um levantamento realizado na Mesorregião Norte Piauiense, os entrevistados declararam a existência de 15 plantas comprovadamente tóxicas, na região, e sete plantas mencionadas como tóxicas, mas sem comprovação de sua toxicidade, dentre elas, a Brunfelsia sp,  relatada como causadora de alterações nervosas, no começo das chuvas, quando os animais ingerem as folhas e flores e os asininos são aparentemente mais afetados. Para comprovar a toxicidade da Brunfelsia uniflora a mesma foi administrada a ovinos e asininos. Foram utilizados 4 ovinos divididos em 2 grupos: Grupo I, com 2 animais receberam 10g de folhas/kg de peso corporal (g/kg); Grupo II, com 2 animais que não receberam a planta (controle). As folhas foram fornecidas por via oral em dose única. O ovino 1 do G1 (experimental), começou a demonstrar sinais de intoxicação seis horas após a administração apresentando salivação e diarreia. Após 8 horas e 45 minutos o animal apresentou apatia e ansiedade e 45 horas após a administração da planta o animal mostrou incoordenação grave com o aumento da postura de base ampla, e relutância em se movimentar, com movimentos involuntários do pescoço, mastigação contínua e pálpebras eretas. De maneira geral todos os quatro membros ficavam estendidos e, pela dificuldade de apoio em pé, ocorreram quedas e contrações tônico-clônicas.Convulsões seguidas de ataques epileptiformes ocorreram em intervalos de aproximadamente uma hora e duravam cerca de cinco minutos. Cerca de 34 horas após a primeira crise as convulsões cessaram e os demais sinais clínicos regrediram, ficando apenas em apatia permanente. Este animal foi eutanasiado e necropsiado 120 horas (5 dias) após a administração e não foram encontradas alterações macroscópicas e nem lesões microscópicas nos órgãos. No ovino 2 o G1 os sinais clínicos foram semelhantes aos observados no ovino 1, sendo que estes, foram regredindo e entre quatro e cinco dias, o animal voltou a se alimentar, adotando uma postura normal entre o quinto e o sexto dia. Nos asininos, foram utilizados dois níveis de dosificação (5mg/kg/pv e 10 mg/kg/pv) e foi feita também administração da planta, ad libitum, a um animal submetido a jejum sólido de 24 horas, colhida em período posterior à floração. Os sinais observados nos animal que recebeu a dose maior (10g/kg/pv) no período da floração da planta, foram: convulsões, ataques epileptiformes, hiperestesia de membros e andar desequilibrado. Na dose menor (5g/kg/pv) o asinino apresentou apenas diarreia, sem manifestação nervosa. O asinino que recebeu a planta ad libitum após o período de floração não apresentou alterações clínicas. Esses resultados confirmam que Brunfelsia uniflora é uma planta tóxica para ovinos e asininos,  na época da sua floração.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1167603 - MARIA DO CARMO DE SOUZA BATISTA
Interno - 423174 - AMILTON PAULO RAPOSO COSTA
Interno - 423624 - SILVANA MARIA MEDEIROS DE SOUSA SILVA