Caracteristicas da pastagem e desempenho de ovinos em sistema silvipastoril formado por cajueiro, capim-massai e estilosantes
comportamento ingestivo, consumo de forragem, estrutura do pasto, ganho de peso, leguminosa
Objetivou-se com este estudo avaliar características da pastagem, comportamento ingestivo, consumo e o valor nutritivo da dieta de cordeiros em diferentes modelos de cultivo: monocultivo de capim-massai, sistemas silvipastoris: cajueiro e capim-massai e, cajueiro, capim-massai e estilosantes Campo Grande. Também se avaliou a produtividade de castanha. As pastagens foram manejadas com ovinos sob lotação rotacionada, o período de pastejo foi três dias e o de descanso, vinte e sete dias. Os tratamentos foram distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado, em esquema de parcela subdivida no tempo com três ciclos de pastejo. A massa de forragem e as características estruturais do pasto foram estimadas em quatro piquetes de pastejo em cada ciclo pela coleta de amostras de forragem a 20 cm do solo, e o valor nutritivo pela coleta de amostras simulando o pastejo dos animais para determinação do teor de PB, NDT e DIVMS e DIVMO. Para avaliação do desempenho, forram realizadas pesagens dos animais a cada 15 dias, após jejum prévio de 12 horas. O comportamento ingestivo dos cordeiros foi avaliado no segundo dia de pastejo, nos mesmos piquetes onde se avaliou a massa de forragem. Para avaliação da produção de forragem, características estruturais e do valor nutritivo da pastagem foram utilizadas quatro repetições e para avaliação do comportamento ingestivo e consumo de forragem, seis repetições (animais-testes). As médias foram comparadas pelo teste de Tukey a 5%. A produção de castanha de caju foi 1052 kg/ha. A massa de forragem total e a dos componentes morfológicos pastejados preferencialmente pelos animais não diferiu entre os sistemas, entretanto a massa de lâminas foliares foi maior no monocultivo. A estrutura da pastagem também foi influenciada pelo sistema com o monocultivo, neste o capim tinha menor altura e maior densidade. Quanto ao valor nutritivo, o teor de PB foi superior nas pastagens sombreadas, ao passo que a DIVMS e DIVMO não diferiu entre estas e a cultivada a pleno sol. O estilosantes apresentou maior teor de PB do que o capim em todos os sistemas de cultivo. Apesar de permitir maior taxa de lotação, a utilização do monocultivo resultou em menor ganho de peso individual e por área comparativamente aos sistemas silvipastoris; os animais mantidos nestes sistemas passam mais tempo em atividade de pastejo do que os animais mantidos na monocultura, em função de características estruturais da pastagem e pelo conforto térmico proporcionado pelos cajueiros, uma vez que a diferença entre os sistemas fica mais evidente nos horários mais quentes do dia. O consumo de forragem foi maior no silvipastoril com pastagem consorciada em relação a monocultura. O emprego de sistemas silvipastoril com cajueiro promove modificações estruturais no pasto que afetam o comportamento ingestivo, e por favorecer o conforto térmico animal estimula a ingestão de forragem. O sistema de produção integrada, associando ovinos, capim e cajueiro é uma alternativa viável tecnicamente para otimização do uso da terra, pois não acarreta prejuízos a produção de castanha e da pastagem, além de melhor o valor nutritivo da forragem e o desempenho animal em comparação com o monocultivo.