Estudo morfométrico de populações de abelhas africanizadas na bacia do Rio Gurgueia
Apis mellifera. Morfometria. Migração. Fluxo Gênico. Rio Gurgueia
As Apis mellifera encontram-se amplamente distribuídas por todo o planeta, devido a sua excelente capacidade de adaptação a diversificadas condições ambientais. No Brasil, após a introdução das abelhas Apis mellifera scutellata, em 1956, surgiram populações polihíbridas conhecidas como africanizadas devido ao predomínio de caracteres de origem africana. Dentre as características deste polihíbrido, destaca-se o comportamento enxameatório, que em função de perturbações nas condições de normalidade do ninho, pode ser mais intenso. Poucas informações técnicas a respeito da organização populacional das abelhas africanizadas são conhecidas no Estado do Piauí. Diante disso, objetivou-se com esse trabalho avaliar a distribuição e dinâmica das populações de abelhas africanizadas de municípios pertencentes à bacia do rio Gurgueia, localizada ao Sul do estado, através da morfometria geométrica. Foram coletadas operárias em seis municípios piauienses e em um município da Bahia, sendo amostradas 10 operárias por colônia. Foi realizada a marcação de 19 marcos anatômicos homólogos na asa anterior direita, utilizando o software TPSDig. As análises morfométricas foram realizadas através de técnicas multivariada, com o auxílio do programa MorphoJ. A ANOVA de Procrustes mostrou que existem diferenças significativas (P<0,0001) entre as formas das asas nos municípios amostrados. Os resultados demonstram a tendência de proximidade nas populações que se encontram mais próximas ao vale do rio Gurgueia. As populações apresentam fluxo gênico, não existindo estruturação populacional definida entre as mesmas.