ESTRUTURA POPULACIONAL DE OVINOS SANTA INÊS NO ESTADO DO PIAUÍ
Ovinocultura de corte, raças naturalizadas, conservação de recursos genéticos, consanguinidade, ovinos deslanados
Esta pesquisa teve como objetivo descrever a evolução e o estado de conservação de ovinos da raça Santa Inês no estado do Piauí. Foram utilizados registros genealógicos da raça Santa Inês do sistema de registros genealógicos realizados pela Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (ARCO), referentes ao estado do Piauí, no período de 1992 a 2012. Foi realizada análise descritiva do quantitativo de animais registrados em função dos anos mesorregiões. Para análise do pedigree e cálculo dos parâmetros populacionais (Ne, fe e fa) utilizou-se o software ENDOGv4.8. O registro de animais da raça Santa Inês, no estado do Piauí, teve inicio em 1990, sendo que a maior representatividade foi no período de 1993 a 2001. No período compreendido entre os anos de 2001 e 2012, o número de animais registrados apresentou decréscimo significativo. A mesorregião do Centro Norte Piauiense, detém 82,09% do rebanho, seguido das mesorregiões Norte, Sudeste e Sudoeste, com respectivamente, 13,12, 3,15 e 1,64%. A consanguinidade média foi de 0,97, com coeficiente de parentesco de 0,49. Foi verificada redução no número efetivo (Ne) ao longo dos anos em função do aumento da consanguinidade. No que diz respeito aos valores de número efetivo de fundadores (fe) e o número efetivo de ancestrais (fa) verificou-se valores de 199 e 161 animais, respectivamente. Número de ancestrais que explicam 50% da variabilidade genética da população concentra-se em somente 76 animais, indicativo do uso desequilibrado de alguns reprodutores. O intervalo de gerações médio foi de 5,3 anos, não foi verificada subdivisão da população no estado. Observou-se perda considerável de variabilidade genética, devido à população ter se desenvolvido sob estreita base genética. O uso excessivo e desigual de alguns reprodutores pode vir a contribuir para aumento da consanguinidade na população.