A suspeita diagnostica da LVC é baseada em dados epidemiológicos e nos achados clínicos e laboratoriais, apesar de ser um diagnóstico complexo, visto que algumas doenças compartilham sintomatologia similar. Diferentes técnicas podem ser utilizadas como testes sorológicos, pesquisa do parasita por exames parasitológicos e/ou por ensaios moleculares. Em busca de se obter um método mais específico de diagnóstico sorológico da LV, vem se realizando pesquisas com a utilização de antígenos recombinantes de Leishmania sp., uma vez que o problema na utilização de proteínas totais para o diagnóstico da doença é a existência de reações cruzadas entre soros de animais infectados com outros patógenos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de diferentes proteínas recombinantes de Leishmania infantum chagasi no diagnóstico sorológico da leishmaniose visceral canina pelo método de ELISA. O perfil clínico dos animais foi avaliado de acordo com (SILVA et al., 2017) atribuindo escores que foram catalogados em uma ficha de avaliação. A técnica de ELISA foi realizada utilizando antígeno total de Leishmania (SLA) e sete (07) antígenos recombinantes (LiP2a, LiP2b, LiP0, HSP70, HSP83, KMP-11 e H2A). A leitura das placas foi realizada em Espectofotômetro com comprimento de onda de 490 nm, utilizando o software SolftMax Pro 5.0. A análise estatística foi realizada utilizando o software GraphPad Prism 5.0 (GraphPad Prism Inc., San Diego, CA). Para comparação entre os grupos foi utilizado o teste de ANOVA, teste de Kruskal Wallis e de Dunn’s com múltiplas comparações de mediana adquiridas a partir da densidade ótica-OD dos soros de cada grupo, utilizando um nível de significância de p<0,05 e IC- 95%. O ponto de corte de cada antígeno foi estabelecido utilizando a curva ROC, baseado na maior sensibilidade e especificidade, onde o desempenho e acurácia de cada teste foram estabelecidos a partir da área sobre a curva – AUC. Dentre todas as proteínas testadas, a que apresentou melhor resultado em sensibilidade e especificidade foi a LiP2a, a qual conseguiu discriminar bem soros de cães positivos (sintomaticos e assintomaticos) de cães negativos e distinguiu os animais positivos dos demais gurpos de cães avaliados (erliquiose canina e vacinados contra a doença), apresentando diferença significativa entre os grupos (p < 0,05), além de demostrar melhor desempenho frente ao SLA (p < 0,05). Assim, a proteína recombinante LiP2a apresenta-se bastante promissora para ser utilizada com um antígenos alternativo para diagnóstico, com uma boa sensibilidade e especificidade nos teste de ELISA.