Exigências em lisina e redução de proteína bruta em ração para alevinos de tambatinga.
Aminoacídos, composição de carcaça, desempenho
Considerando que os peixes denominados redondos – tambaqui, pirapitinga, pacu e seus híbridos – são muito importantes para a piscicultura brasileira, decidiu-se determinar, para o tambatinga, suas exigências em lisina e proteína, com o propósito de baixar o nível de proteína bruta, suplementando-se as rações com aminoácidos industriais, de modo a propiciar bom desempenho dos peixes com menor potencial poluidor para as águas. Assim, foi realizada uma sequência de dois experimentos. O primeiro definiu a exigência de lisina, para o qual foram elaboradas rações isonutritivas e isocalóricas, porém com cinco níveis diferentes (1,84%; 1,94%; 2,04%; 2,14% e 2,24%), tendo-se o cuidado de manter constantes as relações metionina+cistina e treonina com lisina em 38,04 e 48,97, respectivamente. Os resultados de desempenho dos alevinos de tambatinga demonstraram que o maior ganho de peso foi obtido no nível 2,06% de lisina digestível, mas a melhor taxa de eficiência de lisina ocorreu no teor 1,98%. Em seguida, realizou-se o segundo experimento, cujo propósito foi determinar o teor de proteína bruta que proporcionasse o melhor desempenho dos alevinos, dentro do conceito de proteína ideal, com tratamentos caracterizados por cinco níveis de proteína bruta (20%, 22%, 24%, 26% e 28%), mantendo-se constantes os demais nutrientes, a energia e o nível de lisina fixado em 1,9%, além das relações metionina+cistina, treonina e triptofano com a lisina em 39,69; 51,67; 17,43, respectivamente. O alevino de tambatinga pode ser alimentado com ração com 20% de PB desde que seja suplementada com aminoácidos para manter as relações metionina+cistina, treonina e triptofano com lisina em 39,69; 51,67 e 17,43, respectivamente, pois tal ração, apesar de produzir animais com carcaças mais gordas nas condições experimentais, proporcionou aos alevinos crescimento em peso semelhante ao obtido pelos tambatingas alimentados com ração contendo 28% de PB. A redução da proteína também acarretou ganho ambiental com a melhoria da qualidade da água do cultivo, devido redução da excreção de nitrogênio. No experimento observou-se que a ração com nível de 28% de PB acarretou resultado médio de nitrito na água oito vezes maior que a ração com 20%, ou seja, redução a cada 1% de proteína bruta reduziu em uma vez o grau de poluição do efluente da piscicultura.