O objetivo deste trabalho foi investigar os componentes fitoquímicos dos extratos etanólico das vagens de E. contortisiliquum (EEtOH-Ec) coletados nos municípios de Monsenhor Gil, Parnaíba e Teresina/Piauí-Brasil, bem como avaliar atividade citotóxica desses extratos frente a Artemia salina, sua atividade hemolítica, toxicidade aguda e subaguda, ação sobre o ciclo estral e possível ação estrogênica e/ou antiestrogênica em ratas, bem como sua toxicidade sobre o período gestacional e desenvolvimento fetal de ratos. Os frutos coletados foram dessecados, triturados, macerados com etanol PA, filtrados, concentrado em evaporador rotativo e liofilizados. Realizou-se testes fitoquimicos para detecção dos metabolitos secundários. Para avaliação da toxicidade in vitro do EEtOH-Ec das três localidades, foi realizado o bioensaio frente Artemia salina nas doses 1, 10, 100 e 1000 μg/mL e analise da atividade hemolítica em placas de agar-sangue e sangue de carneiro nas doses de 1000 μg/mL e 1000, 500, 250 e 125 μg/mL de EEtOH-Ec, respectivamente. Para avaliação da toxicidade aguda foram utilizados 42 ratos tratados por via oral com EEtOH-Ec das três localidades, nas doses de 300 e 2000 mg/Kg e agua destilada. Para a toxicidade subaguda, ciclo estral, ensaio uterotrófico e gestacional, utilizou-se o EEtOH-Ec de Monsenhor Gil, nas doses de 1000, 500 e 250 mg/Kg. Foram utilizadas 24 ratas Wistar tratadas via oral por 45 dias, para avaliação da toxicidade subaguda e ciclo estral. No teste uterotrófico foram utilizadas 54 ratas imaturas, divididas em nove grupos e tratadas por via oral com EEtOH-Ec e estradiol do 21º ao 25º dia pós-natal. Para a avaliação da toxicidade gestacional e fetal foram utilizadas 24 ratas e 12 ratos, em cada teste. Na toxicidade gestacional avaliou-se o tempo de prenhez, sexo dos filhotes, número de filhotes vivos e natimortos, peso da ninhada e desenvolvimento da prole. Na toxicidade fetal as ratas foram anestesiadas no 21º dia de gestação e submetidas a cesariana. Realizou-se a contagem do número de fetos e sítios de implantação, pesagem do útero gravídico, dos fetos e placenta. Examinou-se os fetos quanto à presença de anomalias, depois foram processados para analise esquelética. Os resultados foram submetidos a Analise de variância seguido pelo Teste de Student-Newman-Keuls (p˂0,05). Na análise fitoquímica detectou-se fenóis, taninos catequicos, flavonas, flavovóis, flavanonas, flavanonóis, triterpenos e saponinas. Os EEtOH-Ec das três localidades apresentaram toxicidade frente a A. salina e hemólise em ambos os testes analisados. Nos ensaios de toxicidade aguda e subaguda, os animais apresentaram mortalidade, diminuição no consumo de ração e no ganho de peso, além de alteração nos parâmetros bioquímicos. Não observou-se alterações sobre o ciclo estral nem ação estrogênica ou antiestrogênica em ratas. Na toxicidade gestacional, na dose de 500 e 1000 mg/kg houve natimortos. Na toxicidade embriofetal não observou-se alteração no numero de fetos e sítios de implantação. Quanto a análise esquelética dos fetos, observou-se um aumento de anomalias nos grupos tratados. Concluiu-se que o EEtOH-Ec revelou a presença de fenóis, taninos catequicos, flavonas, flavovóis, flavanonas, flavanonóis, triterpenos e saponinas. Apresentou toxicidade no bioensaio com A. salina e atividade hemolítica, além de toxicidade aguda e subaguda sobre ratos wistar, pois promoveu morte dos animais e alterações nos parâmetros bioquímicos. Não interferiu sobre o ciclo estral e não apresentou ação estrogênica ou antiestrogênica. Entretanto, causou fetotoxicidade com morte fetal e alterações esqueléticas.