Estudo do comportamento in vitro, caracterização imunofenotípica e potencial osteogênico de células-tronco mesenquimais da medula óssea e do tecido adiposo de cutias (Dasyprocta prymnolopha)
cutia, células-tronco, medula óssea, tecido adiposo, potencial terapêutico
A pesquisa com células-tronco tem sido incentivada para trazer benefícios à saúde na prática médica, principalmente devido as suas características, são amplamente utilizadas em bioengenharia e terapias celulares no tratamento de lesões e doenças. Dessa forma, objetivou-se caracterizar e avaliar o comportamento in vitro de células-tronco mesenquimais obtidas a partir da medula óssea e do tecido adiposo de cutias (Dasyprocta prymnolopha), visando estabelecer células-tronco adultas deste roedor silvestre que possam ser utilizadas em pesquisas na área da medicina regenerativa. Neste estudo foram utilizadas seis cutias fêmeas provenientes do Núcleo de Estudos e Preservação de Animais Silvestres, sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Experimentação Animal (CEEA) da Universidade Federal do Piauí sob o nº018/14, e pelo Sistema de Informação e Autorização em Biodiversidade (SISBIO) pelo processo n°330582. Em laboratório foram isoladas células tronco mesenquimais provenientes da fração de células mononucleares da medula óssea (CTMMO) e do tecido adiposo subcutâneo (CTMTA) de cutias. Foram realizados os seguintes procedimentos: Ensaio de Unidade Formadora de Colônia Fibroblastóide (UFC-F), análise da cinética celular, indução de diferenciação adipogênica e osteogênica, criopreservação e avaliação após o descongelamento. Foi possível o isolamento de CTMMO a partir do volume inicial de 3ml de aspirado medular de cada fêmur, bem como o isolamento de CTMTA a partir do explante e por digestão enzimática de tecido adiposo subcutâneo. No Ensaio UFC-F de CTMMO foram observadas células com morfologia fibroblastóide organizadas em colônias distribuídas pela área de superfície da cultura, resultados semelhantes foram observados em células de CTMTA obtidas a partir de explante e por digestão enzimática. Na curva de crescimento de CTMMO e CTMTA foram observadas três fases (lag, log e platô) no decorrer de 20 dias. Após a indução adipogênica e osteogênica de CTMMO foram visualizadas células vesículas lipídicas e matriz extracelular com depósitos de cálcio, respectivamente. Foram visualizadas características semelhantes de CTMMO criopreservadas em menor número. De acordo com as observações feitas até o momento, podemos afirmar que é possível a aquisição de células tronco mesenquimais de medula óssea e tecido adiposo com elevada autorrenovação, com considerável multipotencialidade de CTMMO. Além disso, a manutenção da capacidade de expansão e de diferenciação após processo de criopreservação de CTMMO indicam que este processo é válido para sua conservação e seu posterior uso para aplicações em terapias celulares.