A escolha do título da dissertação partiu da curiosidade da pesquisadora de compreender a adoção do fact-checking nos conglomerados de mídia tradicional, que atuam com a verificação em suas redações. No dicionário, a palavra (re)inventar faz menção ao conceito e significado de (re)criar uma solução para um problema antigo, mas que exige uma nova abordagem. Assim como o próprio fact-checking, a palavra é citada neste estudo como uma estratégia de mercado que renova às práticas de verificação diante do poderio da indústria da desinformação. Assim, a pesquisa aborda como as empresas de mídia vêm transformando processos de produção de notícias e suas fontes de financiamento (CHARRON; BONVILLE, 2016) e investindo em várias atividades econômicas rentáveis, dentre elas, o fact-checking (SEIBT, 2019; GRAVES, 2013). A partir disso, a pesquisa norteia-se do seguinte problema: Como o fact-checking vem se configurando em uma Unidade Estratégica de Negócios (FUSCO, 1997; PORTER, 1998) para o Estadão e a Folha. Para tanto, o presente trabalho tem como objetivo geral: analisar comparativamente as Unidades Estratégicas de Negócios das seções de fact-checking do Estadão e da Folha (WARDLE; DERAKHSHAN, 2017). Conseguinte, configura-se a partir dos objetivos específicos em descrever os serviços por meio da mercantilização e identificar quais os projetos de checagem que as empresas participam e recebem financiamentos. Portanto, este trabalho realiza um estudo comparativo (MARCONI; LAKATOS, 2003; SCHNEIDER; SCHMITT, 1998) das seções de fact-checking do Estadão e da Folha. Além disso, utiliza-se do conceito de mercantilização (ANDRADE, 2015; MOSCO, 1999; 2016) dentre os estudos da Economia Política da Comunicação (EPC) e da Economia Política do Jornalismo (EPJ) relacionando-o ao problema, aos objetivos, às hipóteses e às considerações finais. O trabalho ainda propõe o conceito de Economia Política da Desinformação (EPD) diante dos estudos sobre a indústria da desinformação.