O racismo recreativo durante muito tempo no Brasil se configurou como
forma de entretenimento no programa dominical “Os Trapalhões”. Um personagem em
especial se destacava, “Mussum”, o poeta trapalhão que divertia a todos com suas
piadas que giravam em torno de estereótipos e preconceitos sobre as pessoas negras.
Foi um dos maiores humoristas do Brasil em sua época e interpretava uma personagem
racista dentro da lógica do racismo recreativo que existia no programa. Diante disso, o
objetivo geral desse trabalho é investigar os processos de subjetivação forjados pelo
racismo recreativo a partir do personagem Mussum. Para alcançar esse objetivo,
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entendemos ser necessário alcançar também os seguintes objetivos específicos: (a)
Conhecer os elementos sócio-históricos de produção do Racismo, Racismo Estrutural
e do racismo recreativo no contexto da sociedade brasileira; (b) Diferenciar estereótipo,
personagem e performance do artista Antônio Carlos Bernardes Gomes no programa
“Os Trapalhões”; (c) Relacionar os elementos constitutivos do personagem Mussum
com os processos de subjetivação atravessados pelo Racismo Recreativo; e por fim (d)
Discutir as reverberações do Racismo Recreativo na produção de subjetividades no
contemporâneo. A metodologia empregada será a Análise do Discurso Crítica (ADC),
que, segundo Fairclough (2001), interpreta o discurso como forma de prática social.
Atualmente, a concepção de linguagem como prática social, que orienta os trabalhos
em ADC, tem sido predominante em diversas abordagens que utilizam múltiplos objetos
para análise. Os resultados esperados é entender como os processos de subjetivação,
forjados pelo racismo recreativo, tinham no personagem Mussum uma grande força de
repercussão midiática e ajudava a reforçar os estereótipos e preconceitos sobre as
pessoas negras. Como considerações finais, neste texto pré-qualificação, espera-se um
maior entendimento sobre o racismo recreativo na sociedade brasileira e como esse
padrão humorístico influenciou uma geração de pessoas e outros humoristas.