Indústrias culturais, regionalização e mercado: um olhar a partir da Rede Meio Norte
Regionalização da comunicação. Economia Política da Comunicação. Indústrias culturais.
Este trabalho é uma análise das estratégias do Sistema Integrado de Comunicação Meio Norte (SICMN) para constituição de um grupo regional midiático no contexto da globalização, tendo como recorte a Rede Meio Norte. A pesquisa é fundamentada pela Economia Política da Comunicação e tem como método o materialismo histórico dialético para compreender as indústrias culturais no contexto da regionalização midiática. Adota-se uma postura crítica diante do processo de regionalização, uma vez que a mesma poderia significar a entrada de novos atores no cenário comunicacional, mas reforça uma estrutura desigual e crescentemente concentradora em face da reestruturação do modo de produção capitalista. Parte-se do pressuposto de que a globalização dos meios de comunicação coloca um novo desafio estrutural aos sistemas de comunicação, impulsionando mercados regionais de comunicação. Acredita-se também que os processos de concentração, desregulamentação, diversificação e globalização potencializam a consolidação do SICMN e ainda que os diversos empreendimentos se articulam de modo a dar sustentação financeira, bem como a uma marca de regionalização fortalecida no Piauí. A abordagem desta pesquisa é analítica descritiva. Assim, revisa, levanta e observa, por meio de fontes diversas, os elementos referentes à teoria e como estão presente no objeto. A metodologia empregada adota a grade transversal (DOURADO, 2008) como suporte e faz uso dos gêneros televisivos de Aronchi (2004) para recortar a grade de programação da Rede Meio Norte e posteriormente descrever e analisar o objeto em questão. A pesquisa aponta para uma regionalização de mercado proposta pela Rede Meio Norte, em que a aproximação com elementos regionais e locais se dá com o intuito de ganhar amplas audiências, em detrimento das diversidades culturais.