TELENOVELA E SUBJETIVIDADE: REPRESENTAÇÕES MIDIÁTICAS DO NARCISISMO CONTEMPORÂNEO, ESTUDO DE CASO DA TELENOVELA SANGUE BOM
Subjetividade. Narcisismo. Telenovela. Cultura
As mudanças nas configurações sociais, culturais e econômicas da sociedade contemporânea ocidental implicam novas formas de relação que, por sua vez, impactaram diretamente nos modos de subjetivação. Um dos aspectos relevantes das subjetividades que ascendem no final do século XX, relaciona-se as características do narcisismo, responsável por inaugurar, de acordo com Christopher Lasch (1983), um perfil inédito de sujeito. Nessa perspectiva, interessa-nos analisar como as telenovelas, acompanhando o cenário sociocultural em que estão inseridas, incorporam às suas representações a constituição subjetiva na contemporaneidade, através da abordagem de características da sociedade atual e do sujeito pertencente a uma cultura de propriedades narcísicas, pautada na centralidade do consumo, na presença maciça da mídia e na economia capitalista flexível. Para tanto, esta pesquisa utiliza o referencial teórico-metodológico fornecido pelos Estudos Culturais britânicos, quando estes propagam a ideia de que os produtos midiáticos devem ser encarados em sintonia com os conflitos culturais que irrompem na própria sociedade. Como método de abordagem, utilizamos o Estudo de Caso que, dentre outras coisas, serve para legitimar a escolha específica do objeto, qual seja: a telenovela Sangue Bom, exibida no ano de 2013, pela Rede Globo de televisão, no horário das sete horas. O contexto sociocultural da trama e os perfis narcísicos das personagens foram analisados de acordo com os mecanismos interpretativos disponibilizados pela análise textual-discursiva.