Esta dissertação apresenta uma análise da coluna “Televisão” assinada por Simplício de Sousa Mendes e que foi publicada no jornal Folha da Manhã no período de 1958 a 1964. Analisa-se os discursos relacionados à política partidária que ganharam visibilidade na coluna “Televisão” assinada por Simplício Mendes noperíodode1958a1964, especialmente, as ações administrativas do governador Chagas Rodrigues, eleito em 1958 pela coligação PTB-UDN. O aporte teórico-metodológico se fundamenta na Análise de Discurso, na perspectiva de Pêcheux (1997), Gregolin (1995) e Orlandi (1994; 1995; 1998; 2007); e na teoria do jornalismo tendo como base Bond (1962), Karam (2009), Melo (1985), Ruellan (2006), dentre outros. A partir da análise do material empírico, verifica-se que Simplício Mendes dedicou boa parte de sua coluna “Televisão” para a produção de críticas ao governo de Chagas Rodrigues, podendo ser apontado dois momentos: inicialmente apresentava o chefe do executivo estadual de forma positiva; mas, logo depois do rompimento entre os partidos PTB e UDN, em 1961, a produção discursiva muda completamente, à medida que o colunista faz uso de uma linguagem combativa para desqualificar o governador. Tal produção discursiva é analisada tendo como referência os elementos sócio-históricos, linguísticos e ideológicos, sobretudo, quando se leva em consideração o lugar de fala de Simplício Mendes e sua condição de latifundiário, magistrado, intelectual e político piauiense. Assim, passando a atacar o governo de Chagas Rodrigues por considerá-lo comunista e apoiador da Reforma Agrária no Piauí; fez defesa da UDN, partido em que era filiado, e fez ataques diretos ao PTB e seus correligionários após o rompimento da aliança partidária firmada entre os partidos em 1958.