A presente pesquisa investiga as representações das masculinidades em perfis de jovens trans homens no Instagram, como também visualiza as questões contemporâneas dos estudos de gênero e masculinidades, como um aporte para discutir a circulação dos sentidos atribuídos as identidades de gênero construídas socialmente. Utilizamos uma abordagem transmetodológica ( MALDONADO, 2012; SILVA, 2016 ), que tem inspiração netnográfica ( HINE, 2004; POLIVANOV, 2013; RECUERO E AMARAL, 2011) , para que se adentre na plataforma Instagram como um território de vivências sociais na internet, e também inspiração cartográfica ( DELEUZE E GUATTARI, 1988:1995; FONSECA E KIRST, 2003), considerando a relação do pesquisador na interação com os perfis analisados, de modo que se cheguem as postagens a serem investigadas. Como abordagem teórico-metodológica, temos a Análise do Discurso Crítica- ADC (FAIRCLOUGH, 2001, 2003; RAMALHO E RESENDE, 2011;VAN LEEUWEN, 1997; VAN LEEUWEN, 2003 ) que fundamentará as análises das representações das masculinidades sob a luz das suas categorias e implicações teóricas .Desta forma, selecionamos 5 perfis de homens trans entre 18 a 35 anos, em que serão analisadas 10 postagens de cada perfil no período de 6 meses, iniciando em novembro de 2019 até abril de 2020. Em relação ao referencial teórico, temos na temática das sexualidades, transexualidades e gêneros uma perspectiva da Teoria Queer encontrada em Bluter ( 2002, 2003, 2010) Scott (1995) ,Preciado (2011, 2017) e masculinidades nomes como, Bento (2006, 2015) e Connell,(1995,2013) e especificamente sobre homens trans e transmasculinidades, temos Almeida (2012) e Ávila (2014), entre outros. Sobre representação, encontramos as considerações iniciais em Moscovici (1978, 2013) e Jordelet (1984,2001) e na conceituação de Hall (1997, 2000, 2006, 2016) que traz conexão entre cultura, identidade,linguagem e discurso . Consideramos que o trabalho aponta reflexões importantes como a masculinidade vista como plural, sendo identificados nos estudos alguns tipos de masculinidades como a hegemônica, relacionada à dominação masculina, competição, virilidade e outros aspectos, a masculinidade tóxica, que é associada à cobrança e autoafirmação dos homens em relação a características da masculinidade hegemônica, e temos ainda as masculinidades subalternizadas, marginalizadas e masculinidades dissidentes ou queer, sendo essas últimas consequências de uma (des)construção social das masculinidades, que desembocam em luta, resistência para ser homem em suas diversas formas.