O presente trabalho tem por objetivo compreender como o jornal Mulherio contribuiu com a imprensa feminista no Brasil na década de 1980. Idealizado por pesquisadoras da Fundação Carlos Chagas (FCC), o impresso teve 42 edições ao todo, sendo a primeira publicada em 1981. A análise das edições previamente selecionadas do periódico será feita de modo interpretativo e com caráter qualitativo, tomando como base a hermenêutica da consciência histórica proposta por Paul Ricoeur, em sua obra Tempo e Narrativa (2010). Essa pesquisa se justifica pela necessidade de estudos sobre a imprensa feminista brasileira nas décadas passadas, tendo em vista que as investigações com tal recorte precisam ser fortalecidas. Nessa perspectiva, Mulherio se destacou por ser um dos jornais feministas mais duradouros de sua geração. Diante disso, o trabalho já conta com dois capítulos escritos. O primeiro trata do feminismo, sua história e suas múltiplas pautas. Trazemos a história do feminismo dividida em ondas, em seguida abordamos as diversas perspectivas da luta feminista. No segundo capítulo apresentamos o jornal Mulherio e seu contexto histórico, levando em conta o que sugere Ricoeur (2010), ao afirmar que cada narrativa só faz sentido em seu tempo. Iniciando esse capítulo, falamos da imprensa alternativa no Brasil, uma vez que, por meio desta, a imprensa feminista se consolidou. Na prospecção da dissertação, o próximo capítulo se debruça sobre o aporte teórico-metodológico e introduz a perspectiva da hermenêutica da consciência histórica de Paul Ricoeur (2010). Conceitos-chave como tempo, narrativa e intriga serão bastante explorados. Ainda em prospecção, o capítulo seguinte apresentará a análise das edições do jornal Mulherio, selecionadas por meio de amostra intencional. A partir disso, delimitamos os seguintes objetivos específicos: investigar o surgimento e criação do jornal Mulherio; observar o contexto histórico e sociocultural no qual o jornal estava inserido; analisar as narrativas feministas publicadas no impresso; e identificar quem eram as mulheres que escreviam para o jornal.