Em tempos de pós-verdade, a prática do fact-checking (verificação dos fatos)
se apresenta como uma alternativa para o combate a desinformação, uma vez que fake
news, teorias da conspiração e discursos de ódio vem sendo utilizados como armas
políticas, nomes como Trump e Bolsonaro são vistos como difusores da política da pós-
verdade. No Brasil, durante o auge da pandemia da COVID-19, as agências de
checagem montaram uma verdadeira trincheira no combate aos conteúdos falsos que
retratavam sobre o novo coronavírus. Almeja, com esta dissertação, analisar a atuação
da agência Lupa no combate à desinformação em torno dos discursos de Jair Bolsonaro
sobre a COVID-19; caracterizar a importância da agência Lupa para o jornalismo em
tempos de crise de credibilidade devido às fake news; e entender como o contexto de
desinformação e pós-verdade influenciou na produção e proliferação das fake news de
Bolsonaro perante aos sujeitos a partir das checagens da agência Lupa sobre a COVID-
19 em 2020. Para isso, o referencial teórico tem como base os autores D’Ancona
(2018), que discute o conceito pós-verdade, e Teixeira (2018) e Keyes (2018) que
discutem fake news e desinformação. A metodologia adotada é sobre pós-verdade, a
Análise de Discurso Crítica (ADC), elaborada por Fairclough (2019), que entende a
relação dialética entre sociedade e discurso, por conseguinte, enxerga o discurso
enquanto um dos momentos das práticas sociais, visto que os discursos negacionistas de
Bolsonaro influenciaram na conjuntura política e social do Brasil durante a pandemia.
Com isso, que o presente estudo faz parte de uma pesquisa de mestrado em
Comunicação em desenvolvimento e parte da hipótese de que a agência Lupa contribui
de forma significativa para a ressignificação da credibilidade do jornalismo junto ao
público, que ganhou ainda mais importância durante a pandemia da COVID-19 quando
aumentou o número de circulação de fake news no Brasil após os discursos de
Bolsonaro.