Este trabalho tem como objetivo geral investigar se as representações femininas presentes
no cinema de Glauber Rocha rompem com as noções normativas do feminino. Nesse
sentido propõe-se discutir sobre as representações femininas na cinematografia de
Glauber Rocha, tendo em vista sua relevância e contribuições do cineasta ao movimento
Cinema Novo. Nossos observáveis consistem nas personagens presentes nos quatro
filmes do cineasta da década de 1960, são: Barravento (1961), Deus e o Diabo na Terra
do Sol (1964), Terra em Transe (1967), e O Dragão da Maldade Contra o Santo
Guerreiro (1969). A princípio refletir-se-á sobre o feminino na perspectiva do cinema
novo, desenvolvendo pensamento sobre a mulher protótipo apresentada no manifesto A
Estética da Fome (1967). Assim faremos uso das teorias feministas do cinema, por meio
de autores como Teresa de Lauretis, Laura Mulvey e E. Ann Kaplan, que proporcionam
um debate sobre como se dá a construção da representação de gênero dentro do cinema.
Utilizaremos como método teórico metodológico a análise fílmica, mais especificamente
a Análise de imagens em movimento conforme proposto por Diana Rose (2002). Por fim
destacamos a necessidade de pensarmos como a figura da mulher é inserida no contexto
do Cinema Novo, abordando questões políticas, estéticas e de raça.