A história da humanidade sempre esteve marcada pelas migrações. Nos últimos
cinquenta anos, a movimentação de pessoas pelo mundo aumentou consideravelmente,
configurando o que hoje conhecemos como “processos de imigração” modernos, motivados por
inúmeros fatores. Diante disso, este trabalho consiste na investigação dos processos de migração
com um recorte da situação no Brasil, com foco nas famílias venezuelanas que, nos últimos anos,
passaram a ser vistas pelas ruas e bairros da cidade de Teresina, capital do Piauí. Mais
especificamente, visa debruçar o olhar sobre a situação das crianças em meio aos fenômenos
migratórios, sobretudo considerando que estas passam por um processo ainda mais complexo
atravessados por recursos das novas tecnologias na formação das suas identidades e na
percepção da sociedade como agentes nacionais. Tem como objetivo geral analisar como essas
crianças são retratadas por meio de imagens na internet e de que forma essas imagens produzem
discursos acerca da infância migrante, bem como os impactos na produção de identidade e de
subjetividade das crianças imigrantes tais mídias (re)produzem. Para isso, através da análise
semiótica, investigou-se como as crianças venezuelanas em Teresina-Piauí são retratadas nas
telas do Google Imagens, destacando os elementos simbólicos presentes nas representações das
imagens das crianças veiculadas diante de referenciais estigmatizantes. Com isso, foram
observados que a soma de vários signos presentes nas imagens forma um sujeito frágil e em
situação de vulnerabilidade social, associados à elementos que indicam aspectos de pobreza, de
descaso, de sujeira e desamparo.