Banca de DEFESA: LUZIÁRIO DE SOUSA DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: LUZIÁRIO DE SOUSA DA SILVA
DATA: 27/03/2024
HORA: 09:30
LOCAL: Virtual (via Google Meet)
TÍTULO: HIPERSEXUALIZAÇÃO DE CORPOS NEGROS: UM ESTUDO SOBRE RELAÇÕES EM AMBIENTES DIGITAIS
PALAVRAS-CHAVES: Hipersexualização; corpos negros; aplicativos de relacionamento; jornalismo; Hermenêutica de Profundidade.
PÁGINAS: 158
GRANDE ÁREA: Ciências Sociais Aplicadas
ÁREA: Comunicação
RESUMO:

O presente trabalho tem por objetivo compreender como os corpos gays e bissexuais negros aparecem nos aplicativos de relacionamento Grindr e Hornet diante do fenômeno da hipersexualização. Para tanto, enquanto suporte de justificativa da temática, também fazemos breve visita a portais jornalísticos (tradicionais e alternativos) para entender as ausências e presenças desse assunto no jornalismo. Efetivamente, a nossa finalidade não é realizar uma análise comparativa entre os aplicativos (que são nossos observáveis centrais) e, sim, complementar, uma vez que trabalhamos com estudos de casos múltiplos (YIN, 2001). Para alcançar as intenções aqui propostas nos apropriamos, enquanto metodologia, da Hermenêutica de Profundidade (THOMPSON, 2002) que nos permite realizar um processo contínuo de interpretação e reinterpretação sustentada por um caminho tríplice de análise: contexto sócio-histórico, análise formal ou discursiva e interpretação dos achados. Em nosso percurso reflexivo acionamos transversalmente conceitos caros à pesquisa, como interseccionalidades (AKOTIRENE, 2021; CARRERA, 2021), a partir dos marcadores de gênero (BUTLER, 2010), sexualidade (LOURO, 2009; FAVERO) e raça/racismo (TRINDADE, 2020; FANON, 2008), assim como hipersexualização (HIPÓLITO, 2022; JUNIOR, 2015; LIMA, SILVA e NEPOMOCENO, 2021) e sociabilidades em ambientes digitais, apenas para citar alguns. A escolha da temática se justifica enquanto uma potência reflexiva que pode transformar o tecido social quanto à apresentação dos corpos negros em espaços virtuais e, também, devido à pouca presença de dissertações que abordem o tema de maneira direta. Enquanto objetivos específicos, nos propomos a: 1 - identificar, por meio de análise exploratória, como os homens negros se apresentam dentro dos aplicativos e se há discursos de ódio nesses espaços; 2 - mencionar como (se) o tema da hipersexualização desses corpos é abordada nos conteúdos publicados nos portais tradicionais e alternativos; 3 - relacionar e sistematizar os conteúdos associados à hipersexualização dos gays e bissexuais negros presentes nos observáveis dialogando, assim, com as entrevistas realizadas com usuários e ex-usuários dessas redes; e 4 - interpretar e reinterpretar como a hipersexualização desse grupo é (ou pode ser) impactada pelas questões de raça, gênero, sexualidades, corporeidades e afetividades nos aplicativos de relacionamento, associando os achados às entrevistas utilizadas no processo (re)interpretativo. Dessa forma, no primeiro capítulo deste trabalho tratamos sobre as questões históricas e sociais do racismo, corpo negro, interseccionalidades e sexualização exacerbada. No segundo, fazemos um breve acionamento de reflexões sobre as ausências e presenças do tema do jornalismo tradicional e alternativo apenas como contextualização, tendo em vista que a mídia é um catalisador de informações que chegam à sociedade diariamente podendo, assim, impactar nas interações em ambientes virtuais. Já na terceira parte, acionamos conceitos sobre sociabilidades, afetividades e interações desses corpos em ambientes digitais, relacionando com compreensões sobre discursos de ódio, fetiches e aplicativos de relacionamento. No quarto capítulo dedicamo-nos concretamente ao processo analítico-interpretativo dos achados nos aplicativos em diálogo com as impressões das entrevistas com usuários e ex-usuários dessas redes.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1354316 - ANA REGINA BARROS REGO LEAL
Externo à Instituição - IGOR PINTO SACRAMENTO - FIOCRUZ
Interno - 1167672 - JACQUELINE LIMA DOURADO