Estudos mostraram o papel da periodontite em órgãos de pacientes e em modelos animais. Pesquisas mostraram a reversão de danos no fígado após remoção da ligadura no modelo de indução da doença. O objetivo agora foi avaliar a reversão dos danos renais de animais com periodontite induzida por ligadura. Foram utilizadas 24 ratas Wistar fêmeas divididas em três grupos de 8 animais cada: Controle (sem ligadura por 20 dias), Periodontite (receberam ligadura por 20 dias) e P20-20 (receberam ligadura por 20 dias, a mesma foi removida e os animais foram mantidos por mais 20 dias sem ligadura). A indução ocorreu por inserção de fio de nylon 3-0 ao redor do primeiro molar inferior direito. Após 20 dias de indução os grupos Controle e Periodontite foram avaliados para determinação de parâmetros periodontais (mobilidade dentária, sangramento gengival,perda óssea alveolar e profundidade de sondagem), coleta de sangue pelo plexo orbital e foram eutanasiados com remoção dos rins para avaliação histomorfométrica e histopatológica. Nos animais do grupo P20-20 isso foi realizado após 40 dias. A análise estatística foi realizada por meio do teste de Shapirowilk. Valores de P<0,05 foram considerados significativos. O grupo periodontite e o grupo P20-20 tiveram maiores valores de MDA (malondialdeído) nos tecidos renais e menores valores de GSH (glutationa reduzida) nesses tecidos. Houve reversibilidade do colesterol para o grupo P20-20 quando comparado ao grupo de periodontite. A quantidade de proteínas totais foi inversamente proporcional à presença de periodontite. Os rins do grupo P20-20 apresentaram alterações semelhantes ao grupo periodontite. As alterações renais causadas pela periodontite induzida por ligadura foram persistentes após a remoção da ligadura em ratos dentro das condições avaliadas.