A fluoretação das águas de abastecimento público (FAAP) é um meio efetivo de controle da cárie dentária. No Brasil, a fluoretação teve início na década de 1950, e em 1974 tornou-se obrigatória a todos os municípios com Estações de Tratamento de Água. Entretanto, no Piauí, dos 224 municípios do estado, apenas três possuem estudos referentes à medida. Esta pesquisa teve por objetivo compreender as experiências de FAAP, por meio dos gestores dos municípios da macrorregião de saúde do Litoral do Piauí. Trata-se de estudo qualitativo, realizado com secretários municipais de saúde e coordenadores de saúde bucal. A inclusão dos participantes se deu por conveniência até a saturação teórica. A construção dos dados foi realizada por meio de entrevistas individuais a partir de roteiro semiestruturado. Foram realizadas 16 entrevistas com gestores de nove dos onze municípios participantes. As entrevistas foram transcritas, analisadas em blocos de três e intercaladas ao processo imersão em campo, sem a utilização de software profissional, a partir do referencial teórico de Paul Ricoeur. Ao analisar as narrativas dos gestores, trabalhou-se três unidades de significado: Cárie dentária e medidas de prevenção e controle; Fluoretação das águas de abastecimento público: conhecimento, importância; e, Desafios para a gestão em saúde bucal acerca das medidas de prevenção e controle da cárie dentária. A experiência dos gestores participantes em relação à fluoretação das águas foi inexistente, em contrapartida, medidas compensatórias foram mencionadas pelos gestores. Entretanto, essas atividades não substituem a fluoretação das águas por não impactarem na saúde de toda a população.