Caracterização bioquímica e comportamental de Helicoverpa armigera (Hubner) (Lepidoptera: Noctuidae) exposta a diferentes inseticidas
Manejo, resistência metabólica, controle químico, efeitos subletais.
RESUMO: A lagarta Helicoverpa armigera (Hubner) (Lepidoptera:Noctuidae) considerada uma das principais pragas polífaga de muitas culturas. O sucesso desta praga pode ser relacionado a diversidade de hospedeiro, capacidade de sobrevivência em ambientes e condições adversas, alta mobilidade e fecundidade, principalmente pela capacidade de desenvolver resistência aos inseticidas. A resistência metabólica é freqüentemente consequência do excesso de enzimas de destoxificação, que são capazes de metabolizar os inseticidas. O presente trabalho objetivou estudar a atividade das enzimas acetilcolinesterase, alfa e beta-esterase em H. armigera expostas a CL50 de diferentes inseticidas. A toxicidade dos inseticidas com a determinação das concentrações de mortalidadee a resistência comportamental de H. armigera expostas a CL50, CL95 e a dose de campo de inseticidas, além dos efeitos subletais de inseticidas sobre o desenvolvimento larval e reprodução de H. armigera. As atividade AChE, alfa e beta-esterase variaram entre os inseticidas testados e também houve variação para o tempo de exposição das lagartas. O tratamento com B. thuringiensis teve aumento das atividades acetilcolinesterase, alfa-esterase e beta- esterase, apresentando potencial risco de resistência metabólica, pois sofre ação das principais enzimas ligadas a destoxificação. Clorpirifos aumentou as atividades acetilcolinesterase e alfa-esterase, lambdacialotrina e clorantraniliprole aumentaram as atividades alfa e beta-esterase. Spinosad e indoxacarb tiveram aumento apenas da atividade alfa-esterase, apresentando-se como opções no manejo de H. armigera com menor tendência em obter resistência metabólica. O comportamento de caminhamento em área tratada é variável entre os tratamentos, verificado através da distancia caminhada, velocidade do caminhamento, tempo sem caminhar e proporção de permanência na área tratada. As características comportamentais observadas estão diretamente ligada ao modo de ação do inseticida e a pressão de seleção pode resultar em maior tolerância a ação destes produtos. O bioensaio de toxicidade demonstrou diferença entre os tratamentos testados quanto a mortalidade de H. armigera. Dentre os tratamentos, spinosad foi o produto que apresentou maior toxicidade, causando uma mortalidade 95% (CL95) dos indivíduos na concentração de 0,05 L/ha-1, quando comparado com clorantraniliprole e Bacillus thuringiensis, que necessitaram de concentrações maiores 0,36 e 1,5L/ha-1 respectivamente, para causar 95% de mortalidade.