ATIVIDADE INSETICIDA E ALELOPÁTICA DO EXTRATO ETANÓLICO DE Anadenanthera macrocarpa (BETH) BRENAN
Angico preto, metabólitos secundários,lepidópteros pragas
Os vegetais apresentam metabólitos secundários com moléculas aleloquímicas das quais têm sido usados, como, uso de herbicidas, inseticidas, nematicidas (defensivos agrícolas), diminuindo a contaminação ambiental e o risco à saúde humana causada pelos inseticidas. Além disso esses metabolitos podem também atuar de forma alelopática, estimulando o crescimento ou desenvolvimento das plantas de forma favorável ou antagônico. No Cerrado Brasileiro encontram-se espécies arbóreas relatadas na cultura popular como fontes de princípios ativos com potencial inseticida e alelopático, como é o caso da Anadenthera macrocarpa, relatada com amplo uso também na medicina popular. Nesse sentido, objetivou-se com essa pesquisa investigar a existência de atividade alelopática de extratos etanólicos das folhas e da casca de angico preto (Anadananthera macrocarpa) sobre a germinação e desenvolvimento de plântulas de tomate (Lycopersicum esculentum L.), pimentão (Capsicum Annuum L.) e milho (Zea mays L.) e avaliar o potencial inseticida do extrato das folhas e da casca do angico preto (Anadenanthera macrocarpa), na mortalidade e desenvolvimento de Spodoptera frugiperda, Spodoptera cosmioide e Helicoverpa armigera. Os extratos foram preparados a partir da casca do caule e das folhas de angico preto coletadas na cidade de Angical (PI). No bioensaio de alelopatia o extrato da casca e das folhas nas concentrações 0, 250, 500 e 1000mg/L-1 foram utilizados avaliar a germinação, crescimento da radícula e do hipocótilo. O delineamento foi inteiramente casualizado e as médias comparadas pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. O crescimento da radícula de milho foi estimulado na concentração de 250 mg mL do extrato da folha e na presença do extrato da casca o crescimento foi linear. Já o IVG e o PG aumentaram na concentração de 615,8 e 724,4 respectivamente. A concentração 654,9 aumentou o crescimento do hipocótilo e 628,1 mg mL da radícula de pimentão. O crescimento da radícula de tomate foi influenciado pelas concentrações, sendo reduzida com o aumento da concentração. Portanto, concluímos que o efeito do extrato etanólico da folha e da casca, interferiram, no perfil de germinação e crescimento das espécies vegetais utilizadas, atuando de forma diferente em cada uma das espécies. Para avaliar o potencial inseticida foram realizados dois bioensaios: tópico e ingestão de discos foliares tratados com extrato da casca e da folha de angico preto. O extrato da casca e da folha foram bioensaiados nas concentrações de 500ppm, 1000ppm, 2500ppm, 4000ppm, 5000ppm, 10000ppm e 15000ppm. No bioensaio tópico o extrato foi aplicado no dorso de cada lagarta e no bioensaio de ingestão discos de folhas de milho foram tratadas com o extrato e oferecidas como alimento. Foi utilizado 10 lagartas de cada espécie com três repetições em cada bioensaio. Os parâmetros biológicos observados foram: mortalidade, duração do período larval e pupal, viabilidade larval e pupal e peso das pupas. Delineamento foi inteiramente casualisado e as médias comparadas pele teste de tukey a 5% de probabilidade. O extrato da casca e da folha de angico preto em todas as concentrações causou mortalidade em Spodoptera frugiperda. Nas concentrações de 4000 e 5000 ppm causou mortalidade em Helicoverpa armigera, no bioensaio de aplicação tópica. Quanto ao desenvolvimento, houve efeito significativo na duração do ciclo de vida, alterando o desenvolvimento no período lagarta a adulto. Conclui-se, portanto, que o extrato etanólico de angico preto possui moléculas que são importantes para o crescimento das plantas estudadas e também com ação na mortalidade e no desenvolvimento de lagartas, porém mais estudos são necessários.