O Câncer é uma doença caracterizada pela proliferação anormal de células, relacionada a uma série de mutações gênicas, com estimativa para 2030 de 21,4 milhões de novos casos e 13,2 milhões de mortes. Seu tratamento envolve cirurgia, radioterapia, quimioterapia citotóxica e endocrinoterapia. O Ácido Ascórbico (AA) tem sido utilizado no tratamento, demonstrando que sua suplementação vitamínica na dieta de pacientes oncológicos tem apresentado efeitos preventivos quanto ao aparecimento de outros tumores. O presente estudo teve por objetivo avaliar os efeitos do Ácido Ascórbico na modulação dos mecanismos antitumorais de antineoplásicos em Saccharomyces cerevisiae e Sarcoma 180. Esta dissertação foi estruturada em três capítulos. O Capítulo I trata de uma revisão sistemática sobre o AA, na prevenção e/ou tratamento do câncer, como antioxidante e/ou pró-oxidante em estudos clínicos e não clínicos, entre o período de 2011 a 2015, para o entendimento das variações de dose-reposta, bem como dos seus mecanismos de ação como agente antioxidante e antitumoral. Foram identificados 78 artigos dos quais apenas 30 artigos apontavam o AA na prevenção e/ou tratamento do câncer. Contudo, há controvérsias sobre as doses utilizadas, como também necessidade de estudos clínicos caracterizando melhor o seu mecanismo de ação. O Capítulo II analisou os efeitos do Ácido Ascórbico no potencial oxidativo e genotóxico dos antineoplásicos em estudo em linhagens de Saccharomyces cerevisiae. Os resultados obtidos apontam que o 5-Fluorouracil, Docetaxel, Tamoxifeno e suas associações, induziram danos oxidativos significantes (p<0,001), em todas linhagens de S. cerevisiae, entretanto, quando associados ao AA, apresentaram modulação significante (p<0,05) nas diferentes linhagens, tanto para co- quanto para pós-tratamento. E o Capítulo III avaliou os efeitos antigenotóxicos/antimutagênicos e citotóxicos do ácido ascórbico na modulação de efeitos de drogas antineoplásicas em Sarcoma 180. Os dados mostraram que o AA na concentração de 50 µM tem efeitos antigenotóxicos, antimutagênicos e anticitotóxicos (p<0,05) . Essas atividades do AA em S-180 são de importância para outros estudos que apontem os riscos de interações entre o AA e os antineoplásicos para a eficácia de terapias oncológicas, especialmente durante a ação dos antineoplásicos frente a muitas controvérsias sobre o uso de antioxidante durante as terapias oncológicas, todavia há necessidade de futuros estudos visando a consolidação destes achados.