O uso de antimicrobianos revolucionou o cuidado ao paciente, permitindo cirurgias e tratamentos que antes, eram considerados uma sentença de morte. Infelizmente, a resistência bacteriana é um problema crescente e o desenvolvimento de novos antimicrobianos é cada vez mais dificultoso. Em 2050 estima-se que as infecções por bactérias multirresistentes serão responsáveis por 10 milhões de mortes anualmente, representando uma ameaça econômica e de biossegurança ao mundo. Essa dissertação possui como objetivo caracterizar a não suscetibilidade a carbapenêmicos da Acinetobacter spp. reportados ao sistema o GLASS e as diferenças encontradas de acordo com a faixa de renda per capita dos países. Sendo dividida em dois capítulos: Capítulo 1 - Uma revisão sistemática dos estudos que avaliem a relação estatística entre o consumo de antimicrobianos e a resistência a eles. Capítulo 2 - A resistência a carbapenêmicos da Acinetobacter spp. relatados ao sistema GLASS e as diferenças nos níveis de adesão e não suscetibilidade observado em diferentes faixas de renda per capita. Para o estudo das correlações as bactérias ou gêneros bacterianos com maior número de correlações positivas encontradas foram P. aeruginosa 23 (42,6%), E. coli 13 (24,1%) e Acinetobacter spp. 5 (9,3%). Todavia, a homogeneização dos artigos foi dificultosa, existe a necessidade de um sistema de alcance global para a melhor caracterização desse fenômeno. Quanto a renda dos países e seus níveis de resistência, os países de renda média alta apresentaram o maior valor de resistência a carbapenêmicos da Acinetobacter spp. Entretanto, nos diversos grupos de renda é possível observar que existem países que apesar de possuírem rendas diferentes apresentam níveis próximos de resistência, fator que demostra que apesar das diferenças no desenvolvimento ainda existem diversas lacunas que podem ser preenchidas com a cooperação, não só para os países de menor renda per capita mas para todos os envolvidos.