Nos últimos anos diversos estudos têm voltado seus esforços para o desenvolvimento de dispositivos
farmacêuticos como novos sistemas de liberação de fármacos (DDS) com o objetivo de obter um controle específico do local e/ou tempo para a entrega de agentes terapêuticos. Dentre esses, estão os sistemas poliméricos que ao longo dos anos tem sido utilizado como alternativa para matriz de drogas no controle da taxa de liberação. Os hidrogéis se apresentam como uma interessante formulação polimérica devido sua versatilidade de apresentação e carreamento de diversas substâncias. As galactomananas apresentam-se uma alternativa como potencial excipiente para o desenvolvimento dessas formulações poliméricas de liberação controlada, uma vez já conhecida sua característica viscosificantes em soluções aquosas e já serem utilizadas na indústria farmacêutica como excipientes de liberação controlada em outros tipos de formulações, além de apresentar propriedades funcionais inerentes. Diante disso, esse trabalho teve como foco o desenvolvimento e a caracterização de hidrogéis de galactomananas carreadores de clorexidina e avaliação do seu perfil de liberação in vitro comparando com a galactomanana comercial (guar). A partir dos resultados obtidos, no processo extrativo por precipitação em álcool a galactomanana de S. adstringens apresentou melhor rendimento (m/m) dentre as outras espécies. Todos os hidrogéis apresentaram naturalmente pH entre 6,0 e 6,9, compatível ao de formulações para uso cutâneo, e sendo notada a estabilidade dessa característica mesmo com a incorporação do ativo. A espectroscopia de infravermelho dos hidrogéis sem o ativo apresentaram bandas características das galactomanas não sendo notadanenhuma banda referente a degradação do excipiente, tal fato visto também na formulação com o ativo. O potencial Zeta demonstrou que a formulação apresentou característica neutra tanto com o ativo quanto sem o ativo, podendo corroborando dados já apresentados na literatura. As formulações apresentaram-se estáveis, uma vez que no teste de centrífuga não foi possível visualizar nenhum sinal indicativo de instabilidade, como também no ciclo gelo de gelo os valores de pH e condutividade não variam em valores significativos das amostras iniciais quanto da formulação da goma referência, destacando-se a formulação com o biopolímero de S. adstringens. No perfil de liberação in vitro todas as galactomananas apresentaram perfil de liberação controlada similar ao comercial. Dentre os modelos matemáticos de liberação de fármaco a goma guar apresentou perfil de primeira ordem, S. adstringens aprestou característica mais próxima do modelo Higuchi, enquanto S. parahyba apresentou do modelo de ordem zero e D. regia o de Korsmeyer- Peppas. Diante disso, percebeu-se que as galactomananas extraídas apresentam um potencial no desenvolvimento de hidrogéis estáveis e com um perfil de liberação controlada, dando-se destaque a galactomanana de S. adstringens.