Os fungos endofíticos são fontes de produtos naturais com atividades biológicas para formulações farmacêuticas. Dentre estes, a citrinina, isolada do fungo endófito Penicillium citrinum, se destaca por possuir atividades citotóxicas, antioxidantes e neuroprotetoras, porém, com conhecidos efeitos adversos, tais como, nefrotoxicidade, falta de seletividade e hepatotoxicidade. Nesse sentido, a utilização de nanotecnologia pode ser uma ferramenta interessante para melhoria das atividades farmacológicas de produtos naturais. o presente estudo teve como objetivo geral realizar uma avaliação nanotoxicogenética e antitumoral de lipossomas contendo citrinina em testes in vivo com modelo animal de melanoma. Primeiramente, foi realizado uma revisão sistemática para uma compreensão sobre o desenvolvimento de moléculas carregadas por lipossomas com efeitos biológicos para o tratamento do câncer de pele. Posteriormente, avaliações antitumorais, bioquímicos, hematológicos, histopatológicos e genotóxicos. O levantamento sistemático demonstrou quais moléculas foram nanoformuladas para câncer de pele. Posteriormente, nas análises in vivo, o câncer de pele melanoma foi induzido através de células b16-f10. Foram utilizadas nos testes antitumorais, a citrinina livre (2 μg/Kg- i.p.), cisplatina (2 mg/Kg-, i.p.) como controle positivo e a LP-CIT na concentração de (2 μg/kg-i.p). o tratamento começou 7 dias após a indução do câncer de pele, durante 21 dias diariamente. Nos parâmetros bioquímicos e hematológicos, os resultados mostraram que a citrinina livre causou um aumento significativo nos níveis de hematócrito e hemoglobina, sugerindo uma possível relação com a indução de processos tumorais. O aumento dos parâmetros de leucócitos observado nos grupos tratados com CIT, LP-CIT e CIS pode indicar uma modificação na resposta imune, possivelmente relacionada a uma inflamação ou uma ativação do sistema imunológico. o estudo também demonstrou alterações nas enzimas hepáticas, como aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT), nos grupos tratados com citrinina na concentração de 2 µg/kg. Esses aumentos nos níveis de enzimas hepáticas são indicativos de dano hepático, demostrando que a citrinina livre pode desencadear uma resposta inflamatória ou causar lesão direta às células do fígado, levando a uma condição que pode evoluir para hepatite aguda. tanto o tratamento com CIT quanto com LP-CIT demonstraram eficácia na inibição da progressão tumoral, evidenciando seu potencial antitumoral. A perda de peso do grupo controle pode indicar o impacto da progressão tumoral sem tratamento, enquanto os grupos tratados mantiveram o peso mais estável, possivelmente devido à eficácia antitumoral das formulações. Em conclusão, é demostrado que a citrinina em sua forma livre possui elevada eficácia antitumoral, resultando em uma redução significativa no peso e diâmetro do tumor. No entanto, essa forma também apresentou alta hepatotoxicidade, o que limita seu uso seguro. Por outro lado, quando encapsulada em nanoformulações lipossomais, a citrinina manteve sua eficácia antitumoral, mas sem os efeitos tóxicos observados, especialmente no fígado.